Instituto Mamirauá realiza monitoramento do uso de florestas na Amazônia

Pesquisadora do Instituto Mamirauá, Jéssica dos Santos/Foto: Amanda Lelis - Instituto Mamirauá

Cadê a mata que estava aqui? As florestas estão mudando todos os dias. Algumas mudanças são maiores, como a queimada de uma região, e outras tão minúsculas que são difíceis de perceber a olho nu. É para acompanhar a dinâmica da paisagem e auxiliar no gestão da conservação dos recursos naturais, que o projeto “Mamirauá: Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade em Unidades de Conservação”, o BioREC, realiza o monitoramento ambiental.


“Monitoramento Ambiental é o acompanhamento e a observação ao longo do tempo das mudanças e variações ambientais, influenciadas por um determinado fator, como neste caso, a agricultura migratória”, diz a pesquisadora do Instituto Mamirauá, Jéssica dos Santos.

Essas variáveis vão apontar se o nível de transformação da floresta em áreas de criação de gado ou de agricultura, influenciam no estado de conservação, ou degradação desta região estudada. O BioREC realiza o monitoramento ambiental na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, uma das maiores áreas protegidas das Américas, localizada no estado do Amazonas.

No espaço e com os pés no chão – os tipos de monitoramento

Não é fácil observar os 2.350.000 hectares da Reserva Amanã. Por isso, o projeto BioREC escolheu áreas da reserva onde a agricultura e a pecuária são mais intensas. São dois tipos de monitoramento ambiental: a observação em campo e por sensoriamento remoto.

A equipe do Insituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, faz viagens peródicas à unidade de conservação para coletar e analisar dados das transformações ocasionadas pela conversão florestal em áreas agrícolas. A parceria que o Instituto cultiva com os comunitários da Reserva Amanã, que agem como guardiões da terra, é fundamental na observação em campo.

Já os dados de sensoriamento remoto vêm de muito mais longe. Do espaço, para ser mais específico. O projeto BioREC usa imagens de satélite para essa etapa do Monitoramento Ambiental. As imagens, com alta qualidade de detalhes, são produzidas com sensores óticos que captam a energia refletida e emitida pela superfície, e permitem aos pesquisadores extrair informações físicas que ajudam na análise como, por exemplo, mapear a diferença entre áreas de florestas primárias (que tiveram pouca alteração do homem), florestas secundárias (aquelas que se recuperam depois de uma perturbação) e roçados.

Pesquisadora do Instituto Mamirauá, Jéssica dos Santos/Foto: Amanda Lelis – Instituto Mamirauá

No projeto BioREC, a observação de campo não vive sem o sensoriamento remoto e vice-versa. “Os dois tipos de Monitoramento trabalham juntos o tempo todo, porque um ajuda a validar a informação do outro”, explica Jéssica dos Santos. “A observação em campo confirma dados que as imagens de satélite apontam e o sensoriamento amplia em muito a área de monitoramento, que nós não conseguiríamos fazer pessoalmente”.

O BioREC e o monitoramento ambiental

O monitoramento ambiental contribui para entender e acompanhar o uso do solo e a dinâmica florestal nesta unidade de conservação. Ele também ajuda a ver a contribuição da agricultura de pequena escala para liberar ou estocar carbono nos solos e florestas, que é um dos principais objetivos do projeto BioREC. Todo esse trabalho vai gerar mapas de apoio à pesquisa e gestão da Reserva Amanã.

Para reduzir e transformar práticas que geram conversão florestal, degradação ambiental e emissões de gases de efeito estufa, o Instituto Mamirauá desenvolve, desde 2013, o BioREC. O projeto é financiado pelo Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e tem duração de cinco anos.

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