Onde há fumaça, há fogo. É isso que está acontecendo nas hostes do PCdoB, com o mais recente comentário de que a deputada eleita Alessandra Campelo estaria enfrentando ameaças de perda de mandato por falta de prestação de contas na Sejel (Secretaria de Estado Esporte Juventude e Lazer), durante a sua gestão no órgão.
Quem se beneficiaria com isso, seria o primeiro suplente e líder sindical dos Rodoviários, Josildo de Oliveira (PCdoB). Ele disse que não está a par do andamento do processo, e que não se interessou, até o momento, pelas notícias a respeito do assunto, mas deixou claro que representará bem o partido vermelho no parlamento, caso tenha que substituir a sua camarada Alessandra Campelo.
Entretanto, circulam nos bastidores que o prefeito Arthur Neto (PSDB) teria chamado Josildo, em seu gabinete, para tratar de um possível apoio e investida na cassação do mandato de Alessandra. Josildo negou.
“A reunião aconteceu (foto), mas para tratar de assuntos relativos aos salários dos rodoviários”, sustentou Josildo. Mas, fontes fidedignas dão como certo a investida do prefeito. Ele estaria dando um golpe na sua arqui-inimiga, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e em contrapartida, neutralizando o partido comunista no cenário político amazonense.
Josildo disse que Arthur os tem como a categoria que “mais dá trabalho para a administração municipal”, por conta da forte liderança que eles exercem frente à categoria. E que estaria interessado em fazer um acordo no sentido de liberar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos trabalhadores até que o julgamento do Dissídio ficasse concluído. “O acordo foi nesse sentido”, resumiu. Só que, onde há fumaça, há fogo. Arthur não desperdiçaria a oportunidade de dar o troco à senadora Vanessa Grazziotin. A perda do Senado para a sua rival, é um espinho que está atravessado em sua garganta.
Fontes ligadas à deputada eleita, Alessandra Campelo, entretanto, confirmam que há uma investida no sentido de impedi-la de exercer o mandato através de uma suposta falha na sua prestação de contas. Mas confirmou também, que não irão encontrar falhas, capaz de fundamentar uma provável cassação.
Alessanda, na opinião de um dos seus auxiliares, nunca foi hegemonia dentro do PCdoB. Ela sempre foi uma forte ameaça à liderança da senadora Vanessa Grazziotin e, por conta disso, estaria sofrendo um processo de distanciamento da base e tendo que defender só, o direito de garantir a seu mandato.
O problema é a sede do prefeito. Pelo que se tem notícia, está investindo forte na possibilidade de cassação da deputada eleita, para colocar um outro, que imagina ser mais fácil de lidar. Ou pelo menos, um que não seja do grupo histórico do partido vermelho. Pode ser um tiro no pé.
