
Gustavo Lima/05.02.2014/Câmara dos Deputados
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), admitiu, nesta terça-feira (15), que há um “sangramento” no caso do deputado André Vargas (PT-PR), que anunciou que renunciaria ao cargo de vice-presidente da Câmara, mas ainda não o fez. Hoje mais cedo, Vargas decidiu repensar sobre a renúncia do mandato parlamentar na Câmara.
Vargas pediu licença de 60 dias no início do mês, assim que teve o nome envolvido com o doleiro Alberto Youssef, preso pela PF (Polícia Federal) acusado de lavagem de dinheiro.
Vicentinho acredita que Vargas precisa cumprir as decisões que tomou para evitar o desgaste do partido. Segundo o líder, o deputado foi aconselhado a renunciar ao mandato.
— A verdade é que está havendo um sangramento. Está havendo um sangramento e esse sangramento precisar parar. E a melhor forma de parar é: ao tomar uma decisão que se cumpra. Os conselhos foram dados, decidimos aquilo que nós podíamos decidir, agora é aguardar.
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André Vargas chegou a anunciar, nesta segunda-feira (14), que entregaria o mandato e apresentaria sua carta de renúncia ainda nesta terça. No entanto, depois que a presidência do Conselho de Ética da Câmara anunciou que o processo por quebra de decoro continuaria mesmo com a renúncia, Vargas mudou de ideia.
A assessoria do deputado divulgou uma nota informando que André Vargas “está reestudando a hipótese de renúncia”, uma vez que ela não surtiria efeitos neste momento.
Vice-presidência da Câmara
Vargas também ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados. Na última quarta-feira (9), depois de se licenciar, ele informou ao PT que entregaria o cargo.
No entanto, ele ainda não oficializou a renúncia. Para a Câmara dos Deputados, ele ainda é o primeiro vice-presidente da Casa, e está apenas licenciado.
Mas, para o PT a decisão está tomada. A bancada na Câmara já começou a discutir nomes para ocupar o cargo e até marcou a eleição: no dia 29 de abril vai decidir quem será o substituto de Vargas na vice-presidência da Casa.
O líder Vicentinho acredita que Vargas vai oficializar sua renúncia do cargo de vice antes do novo nome ser escolhido. Segundo ele, o deputado não pode voltar atrás nessa decisão.
— A vice-presidência da Câmara é um cargo do partido e já foi tomada essa decisão. […] Eu não quero tomar a atitude de mandar uma carta para dizer “ele está renunciado”.
Vargas é acusado de agir junto com o doleiro Alberto Youssef para conseguir contratos no Ministério da Saúde. Além disso, ele admitiu que ser amigo de Youssef e ter viajado, junto com a família, às custas do doleiro. Por outro lado, o deputado nega qualquer tipo de envolvimento com o esquema ilegal de lavagem de dinheiro.