Lideranças Indígenas concluem o 4º módulo da Formação de Saberes na Escola

Sala de orientações sobre o curso/Foto: Cleomir Santos
Sala de orientações sobre o curso/Foto: Cleomir Santos
Sala de orientações sobre o curso/Foto: Cleomir Santos

Lideranças de diversas etnias e professores indígenas da rede municipal de ensino participaram na tarde de ontem (08), do encerramento do 4º Curso de Formação de Saberes Indígenas na Escola, promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na sede da Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM) da secretaria, e reuniu cerca 50 educadores de escolas indígenas e espaços culturais.

A proposta da ação é promover a formação continuada de professores indígenas no processo de alfabetização, respeitando suas línguas maternas e seus processos próprios de aprendizagem, bem como oferecer subsídios para a elaboração de material didático diferenciado, como determina a legislação brasileira da Educação Escolar Indígena.


Neste módulo foi trabalhado o tema “Produção Textual Indígena”. A atividade teve início na segunda-feira, 6. Durante o encontro, os professores retrataram  suas respectivas etnias ou comunidades por meio de trabalhos e exposições.

No decorrer da qualificação foram confeccionados livros com histórias infantis indígenas no contexto cultural de cada etnia existente, com o objetivo de fazer o resgate da cultura dos respectivos indígenas. A gerente da Educação Indígena da Semed, Meire Lane de Oliveira, explicou o trabalho pedagógico realizado no curso que, ao todo, terá seis módulos.

“Este projeto iniciou este ano. Ele pode ser denominado como Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) Indígena, porque também visa trabalhar a alfabetização, mas para o aluno indígena. Ele tem a finalidade de trazer ferramentas e metodologias para se trabalhar a alfabetização nas escolas e espaços indígenas. No decorrer do curso os educadores produziram pequenos livros voltados para alunos indígenas de 3 a 8 anos. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi)”, relatou a gerente.

Arnaldo Baré, professor da Escola Indígena Municipal Yayumbwewa Rendawa Maku Arú Waimi, antiga Escola Municipal Três Unidos, que participou desde o primeiro módulo, mencionou o que está achando da ação. “Este curso vem ampliar nossos horizontes, vem nos ajudar a valorizar, ainda mais, a nossa cultura, o nosso dialeto, nossos costumes, entre outros. Estou achando ótima a trocas de experiências e os novos conhecimentos que estou adquirindo”, destacou o professor.

A Ufam disponibiliza os profissionais que ministram o curso, material didático e alimentação aos participantes. A formadora do 4º módulo, Jonise Nunes Santos, enfatizou a importância da confecção dos livros que foram produzidos nesta etapa do curso.

“A ideia de produção de materiais, que é um dos objetivos desta formação, vem para efetivar o direito do ensino especifico e diferenciado para alunos indígenas. Sem esse material didático direcionado para alunos indígenas fica um tanto difícil este estudante ter acesso à cultura e sua identidade, visto que todo conhecimento indígena é oral, ou seja, o aluno só vai conhecer se alguém contar ou se ele tiver um recurso didático. Portanto, este módulo é de extrema importância para revitalizar a língua indígena”, descreveu a formadora.

Os últimos módulos acontecerão nos meses de março e abril de 2015.

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