

Investigações do MPF (Ministério Público Federal) revelam que houve superfaturamento de R$ 2,1 milhões na compra do imóvel para ampliar o Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande. O esquema teria sido comandado pelo médico Adalberto Abrão Siufi, que integrava a “Máfia do Câncer” com mais três pessoas.
A revelação consta da ação do MPF e do MPE (Ministério Público Estadual) que pediu o bloqueio e indisponibilidade de R$ 102, 7 milhões dos integrantes da “Máfia do Câncer”. No dia 30 deste mês, o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal na Capital, Ricardo Damasceno de Almeida, decretou a indisponibilidade de R$ 51,3 milhões de Siufi, da sua filha e ex-administradora do hospital, Betina Moraes Siufi Hilgert, do sócio na Neorad, Issamir Farias Saffar, e do presidente da Fundação Carmem Prudente na época, Blener Zan.
Para ampliar o hospital, foram gastos R$ 9,2 milhões na compra de dois terrenos na esquina da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, no Centro. De acordo com a sentença do juiz, não houve laudo de avaliação do imóvel.
A pedido do MPF, a nova diretoria, sob o comando de Carlos Coimbra, pediu a realização de vistoria para estimar o custo dos imóveis. A Câmara de Valores Imobiliários elaborou o laudo de avaliação e concluiu que os dois terrenos valiam R$ 7,1 milhões em 2010. Ou seja, houve um superfaturamento de R$ 2,1 milhões.
“O documento apresentado pela atual administração apresenta uma informação totalmente diferente do valor registrado contabilmente pela entidade”, destaca o magistrado na concessão de liminar.
A construção do novo hospital causou polêmica quando houve a doação de R$ 23 milhões pelo empresário Antônio Moraes dos Santos. Na época, os donos do hospital não aceitaram as exigências e a doação foi suspensa.
Santos decidiu apoiar a construção de uma unidade do Hospital do Câncer de Barretos, que teve investimento de R$ 12 milhões e foi concluída no Conjunto Aero Rancho. O Hospital do Câncer Alfredo Abrão manteve a ampliação, mas recorreu a ajuda de emendas dos deputados e senadores e do poder público. A obra deverá ser concluída em 2015.
(Campo Grande News)