Maior parte do desmatamento na Amazônia é atribuída à grilagem

Foto: Reprodução/Greenpeace

As florestas públicas não destinadas da Amazônia representam o epicentro do desmatamento no Brasil. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, aproximadamente, 80% de toda a área desmatada no bioma estava nesses territórios que ainda não foram oficialmente destinados para uso socioambiental, como unidades de conservação, terras indígenas ou quilombolas.


Essas florestas somam 50,2 milhões de hectares — o equivalente ao estado da Bahia — e seguem vulneráveis a crimes como grilagem, queimadas e extração ilegal de madeira. Segundo o Observatório das Florestas Públicas, que reúne dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e do movimento Amazônia de Pé, o estado do Amazonas lidera em área desmatada no período, com 12,4 mil hectares perdidos.

Mais de 32 milhões de hectares dessas florestas aparecem como propriedades privadas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Em 10,2 milhões de hectares, os registros são de grandes imóveis rurais — indício claro de tentativa de grilagem.

No mesmo período, 37,7 mil hectares dessas áreas foram destruídos pelo fogo. O Pará foi o estado com maior número de hectares queimados. O aumento do desmatamento em abril foi explosivo: 192% a mais que em março, e 229% superior ao mesmo mês de 2024.

A situação tende a piorar com o avanço da estação seca. O relatório alerta que o cenário de 2024 — quando mais de 2,4 milhões de hectares dessas florestas queimaram — pode se repetir se nada for feito.

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