A igualdade de gênero, assim como o combate à homofobia, ao racismo, à intolerância religiosa e muitas outras lutas sociais, recebe o apoio da chapa Contraponto 31, formada pelas professoras Arminda Mourão e Iolete Ribeiro, candidatas à reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Por defender essas bandeiras, as docentes e todos os simpatizantes desse projeto visando uma universidade mais democrática e humana, irão participar, em Manaus, da “Marcha das Mulheres – Nenhuma a Menos, Nenhum Direito a Menos”, evento articulado à Parada Brasileira de Mulheres e à Greve Internacional das Mulheres, e que irá ocorrer na quarta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, a partir das 15h30.
“Isso é o que a gente vem fazendo durante a nossa história de militância, independente de campanha. É acreditar que é importante lutar pelas relações igualitárias de gênero. Essa luta tem que ser constante. Nós vivemos ainda em um momento marcado por muita violência de gênero. Por isso, é importante estar presente nessa luta para lembrar que a universidade tem que ter compromisso com isso não só enquanto lugar que faz estudos de gênero, mas também quanto lugar onde existem muitas mulheres no seu cotidiano que sofrem violência de gênero. A universidade tem que ter uma política institucional de enfrentamento à violência de gênero”, afirmou Iolete Ribeiro.
A candidata à vice-reitora da UFAM explicou que o combate à violência de gênero abrange não apenas as mulheres, mas a LGBTfobia, que também é uma forma de expressão do machismo. Além disso, a chapa possui uma preocupação com enfrentamento ao racismo e políticas institucionais que dão visibilidade para esse tema. “Temos que pensar essas questões também do ponto de vista da formação. O profissional que é formado na Universidade tem que estar sensível a esses problemas, o curso tem que gerar reflexão sobre isso, gerar recursos nesses profissionais para eles saberem lidar com essas questões, não pode a pessoa entrar e sair da Universidade com práticas preconceituosas”, afirmou.
A concentração da Marcha das Mulheres será na “Praça 5 de Setembro” (Praça da Saudade), na Rua Simão Bolívar, no Centro da cidade. Segundo uma das organizadoras do evento, Marklize Santos, antes da caminhada irão ocorrer debates sobre a situação das trabalhadoras e, no final da tarde, a caminhada para denunciar as formas de opressão sofridas pelas mulheres. A marcha seguirá pela Rua Epaminondas, em seguida pela Avenida Sete de Setembro e tem como destino final a Praça Heliodoro Balbi (‘Praça da Polícia’). Durante a caminhada, irão ocorrer intervenções artísticas da happer Cida e dos grupos Baque Mulher e Maracatu Pedra Encantada. Já na ‘Praça da Polícia’, serão realizadas apresentações do Fórum de Mulheres, banda Solar Roots e DJs Pammy e Naty Veiga.
A organizadora do evento explicou que o tema ‘Nenhuma a Menos e Nenhum Direito a Menos’ está relacionada a questões sociais e políticas. “Trata da discussão da violência contra a mulher, a morte de mulheres das formas mais violenta e covardes possíveis, do feminicídio. Já ‘Nenhum Direito a Menos’ tem a ver com o contexto brasileiro, com essa retirada de direitos que o atual governo vem implementando e que as mulheres são as principais prejudicadas, como, por exemplo, a Reforma da Previdência, que atinge profundamente a vida das mulheres, uma vez que elas terão um tempo de trabalho ampliado e continuarão com processo de precarização no mercado de trabalho”, explicou Marklize Santos.
Na programação do dia 8 de março, em Manaus, estão previstas também uma paralisação no Distrito Industrial às 04h30 e panfletagem na Feira da Manaus Moderna às 07h00. Entre os movimentos envolvidos estão a Associação Nacional dos Estudantes Livres (Anel), Coletivo de Mulheres Ana Montenegro, Fórum de Mulheres e Coletivo Junt@s.
