

A especificidade da política atual está nos recursos que os candidatos têm para mensurar ou orientar sua captação de voto. Somado a isto, está o vultoso investimento que se requer para assegurar uma eleição vitoriosa.
No campo da sociologia política os especialistas adensaram em sua abordagem a estatística como instrumento de leitura capaz de interpretar a vontade do eleitor. Velho recurso usado por Émile Durkeim no século XIX, hoje trabalhado muito bem no campo das metodologias quantitativas.
No entanto, as pesquisas representam um pequeníssimo recorte de um universo situacional, quando divulgadas pode provocar impacto aos eleitores desavisados. Contudo, os estudiosos da matéria buscam fazer comparações e análises cumulativas para abstrair dos números algumas lições, que possam esclarecer o voto responsável como é caso do que vem ocorrendo no Amazonas.
Vejamos, se analisarmos a contenda entre Melo e Eduardo, vamos concluir que o Melo tem crescido 8 a 10% de início de agosto até hoje e, por consequência, Eduardo perde ponto.
Outra variante neste contexto é o crescimento do Marcelo Ramos e do Chico Preto, assim sendo, pode ser um dos fatores determinantes para o segundo turno. Outra determinação a ser analisada é a transferência de voto do Omar para Melo, bem como a intensa participação do prefeito Artur na campanha do Melo formando desta feita um bloco contra Eduardo.
Por porte do Eduardo o seu apoio é muito mais externo do que local advindo do Lula e da Dilma. No entanto, se o Lula transferisse voto, o Praciano possivelmente estaria eleito. A questão é: Omar e Artur coseguirão transferir votos para Melo, assentados numa nova estratégia de captação incluindo a mídia e o corpo a corpo?
O Melo vai ou não vai se afirmar como liderança junto aos candidatos de sua coligação? Dilma e Lula virão juntos no Amazonas para fazer uma arrastão pró-Eduardo? Quando o Amazonino vai entrar na campanha? E por fim, o Melo conseguirá se afirmar nas pesquisas até o dia das eleições? O fato é: embora se busque ler a vontade do eleitor é sempre uma grande surpresa em se tratando de política de massa. Que a nossa esperança vença o medo, contra a baixaria e a arrogância daqueles, que tratam o nosso povo como “boiada no seu curral”.
*Ademir Ramos é professor universitário – UFAM