Médico da Unimed teria faturado mais de R$ 1 Milhão em 2017

Em dificuldades financeiras, a Unimed se dá ao luxo de ter o médico anestesista Sérgio Bevilaqua Procópio com faturamento anual de R$ 1 Milhão/ano - foto: divulgação

No último dia 02 de março, a Unimed Manaus sofreu mais duro golpe com a suspensão determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) da venda de mais sete planos de saúde, o que somente agrava a longa crise vivida pela cooperativa, pois segundo já noticiado possui uma dívida superior a 350 milhões de reais.


A crise da Unimed a obrigou atrasar o pagamento de fornecedores, tributos, e a pagar somente 50% do faturamento mensal de seus médicos, com a promessa de pagamento dos demais 50% quando for superada a crise. Apesar disto, chegou a esse Portal a denúncia de que um único médico plantonista teria faturado no ano de 2017 mais de 1 milhão de reais.

Em dificuldades financeiras, a Unimed se dá ao luxo de ter o médico anestesista Sérgio Bevilaqua Procópio com faturamento anual de R$ 1 Milhão/ano – foto: divulgação

Trata-se do médico anestesista Sérgio Bevilaqua Procópio, que somente no mês de agosto daquele ano, faturou mais de 144 mil reais. A remuneração do médico Sérgio representa praticamente o dobro do faturamento do segundo médico melhor remunerado de sua especialidade, no mesmo período.

A denúncia veio acompanhada de documentos comprobatórios do caso, aos quais deixamos de publicar, pois menciona o faturamento de todos os médicos da especialidade, mas encontram-se à disposição das autoridades para investigação.

A redação deste Portal procurou alguns médicos plantonistas da Unimed para saber como é possível um único médico alcançar esse faturamento milionário, a resposta foi taxativa: “é impossível, nem que o médico more dentro de uma unidade médica é possível faturar tanto com plantões ou com a produção.

Nenhuma unidade médica da Unimed tem produção para tanto, mesmo porque existem outros anestesistas, a não ser que o colega abandone o seu plantão para fazer procedimentos ao mesmo tempo em outra unidade médica, pulando de unidade em unidade, o que as regras da Unimed não permitem. O médico plantonista não pode abandonar o seu plantão, pois coloca em risco os pacientes”.

Um médico cirurgião, que solicitou sigilo quanto ao seu nome, afirmou conhecer o referido médico e disse: “Todos conhecem o caso do colega Procópio. Eu odeio que ele anestesie os meus pacientes, pois quase sempre abandona o paciente anestesiado ainda na mesa de cirurgia para fazer outra anestesia simultânea na mesma unidade ou, pior, em outra unidade médica da Unimed.

Basta ver que nenhum colega médico o chama para anestesiar um parente. Ele só anestesia os usuários da Unimed. Se fizerem uma auditoria séria no faturamento dele, vão comprovar que existe sobreposição de procedimentos que seria impossível que ele se encontrasse em dois lugares ao mesmo tempo”.

O mesmo cirurgião perguntado sobre os motivos de permitir que o referido profissional faça as anestesias em seus pacientes, respondeu “Infelizmente não posso escolher os anestesistas de minhas cirurgias, pois temos que trabalhar com quem se encontra na escala de plantão.

Todos sabem do caso, os diretores das unidades médicas já receberam reclamações, mas não fazem nada. Agora que ele foi eleito conselheiro de administração da Unimed é que não vão fazer nada mesmo.

É caso não apenas de exclusão da Unimed, mas de perda da carteira de médico. O CRM e o Ministério Público deveriam ver isso. O que eu não sabia é que ele faturava mais de um milhão por ano, eu trabalho muito e não recebo sequer um terço disto.Um absurdo é por isso que estamos nessa situação falimentar, alguns faturando milhões e outros trabalhando honestamente apenas para pagar as dívidas da cooperativa”.

A Unimed Manaus está em processo de direção fiscal imposto pela ANS e com risco de ter sua carteira alienada. Caso a carteira seja alienada os seus 140 mil clientes seriam transferidos para outra operadora de plano de saúde, é por este motivo que o caso da cooperativa vem sendo acompanhado também pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, bem como pelas Defensorias Públicas Estadual e da União, no interesse dos consumidores.

A atual diretoria da Unimed Manaus, presidida pelo médico Sérgio Ferreira, foi empossada no último dia 9 de janeiro, sendo o médico denunciado membro do seu conselho de administração. A promessa dos atuais gestores da cooperativa é cortar gastos, fazer a renegociação de dívidas e buscar a melhoria no atendimento aos clientes, pois um dos motivos de suspensão da venda dos planos de saúde determinada pela a ANS é o alto nível de reclamação de seus usuários.

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1 COMENTÁRIO

  1. Não é só ele que faz isso. Vários outros médicos das Cooperativas de Manaus fazem a mesma coisa, principalmente os anestesistas e cirurgiões. Por isso a necessidade de colocação de ponto eletrônico nos hospitais públicos de Manaus, onde a farra é ainda maior.

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