
Se há alguém que merece integralmente toda a desmoralização, toda a desgraça trazidas pela delação da Odebrecht é ele.
Aécio. Aécio Neves. Ou o Mineirinho, seu codinome na lista da Odebrecht. (Raras vezes um diminutivo caiu tão bem.)
O maior responsável pelo caos imposto pela plutocracia aos brasileiros é exatamente ele. Aécio. Aécio Neves. o Mineirinho.

O marco zero do golpe foi sua recusa criminosa em não aceitar que fora derrotado por Dilma. Faltou-lhe a dignidade de um telefonema para cumprimentar a adversária vitoriosa.
Em vez disso, liderou uma louca cavalgada de golpistas em busca de pretextos delirantes para anular os 54 milhões de votos de Dilma e, assim, ceifar uma jovem e florescente democracia de 30 anos.
É irônico ver as consequências para Aécio de sua maldade. Tivesse ele admitido a derrota, sairia da campanha de 2014 com um enorme cacife de 50 milhões de votos.
Seria imediatamente um fortíssimo candidato a ganhar as eleições de 2018.
Mas não. Foi guloso. Foi ganancioso. Foi apressado. Principalmente: foi desonesto.
O resultado está aí:
Um potencial futuro presidente virou um morto vivo.
Aécio. Aécio Neves. O Mineirinho.
*Paulo Nogueira é jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.