Morre em Roraima adolescente vítima de raiva humana

O adolescente de 14 anos, que contraiu raiva humana, morreu por volta das 11h dessa segunda-feira, 23, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR), onde estava internado desde o dia 11 de maio. Ele foi o primeiro caso da doença no Estado.


O paciente estava em coma induzido e recebendo tratamento à base de antivirais e sedação profunda. Ele contraiu a doença após ser mordido por um filhote de uma gata que havia sido adotada pela família. O caso ocorreu no dia 8 de abril, no bairro Asa Branca, zona Oeste da Capital.

Os resultados dos exames sorológicos, realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, confirmaram que o vírus se tratava de uma variante tipo 3, o que significa que a doença foi transmitida ao gato por meio de um morcego.

O tratamento realizado no adolescente, sem sucesso, é denominado de Protocolo de Recife, preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) em casos semelhantes. No mundo, apenas dois pacientes que utilizaram o tratamento haviam obtido a eliminação viral e a recuperação clínica, sobrevivendo à doença, considerada letal: um nos Estados Unidos, em 2004, e outro no Brasil, em 2008.

A família do adolescente chegou a denunciar negligência por parte dos médicos da Policlínica Cosme e Silva, no bairro Pintolândia, zona Oeste, onde procuraram atendimento após o ocorrido. Conforme eles, além da demora no atendimento, que levou pouco mais de uma hora para ser iniciado, a médica que atendeu o menino prescreveu apenas a vacina antitetânica e dipirona, sem receitar a vacina antirrábica.

Eles também reclamaram do atendimento no HGR, onde os médicos teriam pedido para que comprassem medicamento, materiais de higiene, além de um colchão pneumático para evitar a criação de feridas no adolescente durante o tempo de internação. A Folha entrou em contato novamente com a família do adolescente, que confirmou a morte, mas não quis dar detalhes a respeito do velório.

GOVERNO – O Governo do Estado esclareceu, por meio de nota, que o paciente estava em coma induzido, recebendo medicamentos antivirais e sendo acompanhado diuturnamente por uma equipe médica com profissionais de Roraima, Pernambuco e Estados Unidos – essas duas últimas localizações por conta de tratamento já ministrado por esses médicos e que obtiveram sucesso.

Informou que toda a medicação indicada no tratamento foi fornecida pelo Ministério da Saúde, sendo remédios não comercializados. “Logo que se teve a confirmação, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em parceria com o município, além de fornecer 28 mil doses de vacina antirrábica, e por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), disponibilizou 15 médicos veterinários, além de veículos e combustível. O Estado aguarda mais 60 mil doses da vacina, que foram dispensadas pelo Ministério da Saúde”, frisou.
Sobre os primeiros atendimentos dispensados ao adolescente, na Policlínica Cosme e Silva, em que a família alegou que a médica não prescreveu a vacina antirrábica, a Sesau informou que instaurou procedimento para apurar a conduta.

(Folha de Boa Vista)

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