Motorista da app some com doces de casamento e salgados e deixa prejuízo de R$ 2 mil

Ana Maria mostra bem-casados que nunca chegaram ao hotel fazenda - Foto:Amanda Dias/BHAZ/Arquivo pessoal

Imagina um casamento todo pronto e, momentos antes de iniciar a festa, os doces bem-casados que seriam entregues simplesmente somem. A situação aconteceu em um hotel fazenda de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no último fim de semana.


A proprietária do espaço, Ana Maria Santos, solicitou a entrega através do aplicativo Uber Flash, mas o motorista não apareceu e, ao ser indagado, afirmou que foi orientado pela empresa a descartar o material.

Por meio de nota, nesta quinta-feira (19), a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar o caso e investiga o possível crime de apropriação indébita.

“Fazemos casamento no espaço, fechamos o hotel fazenda de sexta a sábado com pacote completo e temos parceiro de salgados e buffet. No sábado, a noiva achou que um determinado doce era bem-casado, mas não era. Entramos em contato com esse parceiro que falou que tinha disponibilidade para nos enviar 150 doces”, contou a empresária.
Além dos bem-casados para o casamento, Ana Maria solicitou mil salgados congelados para o estoque do hotel, totalizando R$ 2 mil da compra.

A corrida de aplicativo foi paga pelo cartão e a previsão de entrega era 21h47 do último sábado (14), onde seria necessário informar o código para receber os produtos.

“Próximo do horário fomos para a portaria com o pessoal do cerimonial e os seguranças, mas o motorista não apareceu. Ligamos dez minutos depois e, primeiro, ele disse que tinha entregado para uma mulher os produtos e a ligação caiu. No segundo contato, ele afirmou que estava perdido em uma estrada de terra, só que não tem estrada de terra para chegar aqui. Ele fala que entregou, depois fala que não achou o endereço”, detalhou Ana Maria.

Por fim, o homem encerrou a corrida. No domingo (15), Ana Maria e a sócia fizeram contato com a Uber por uma rede social e, após relatar os fatos, ela foi informada que o valor da corrida, de R$ 74, seria estornado. No entanto, nada foi feito em relação aos doces e salgados.

Contato com motorista

Ana Maria conseguiu localizar o motorista pelo Facebook e achou o local em que ele trabalha.

“Deixei o número de contato, ele ligou pelo WhatsApp e, quando me identifiquei, ele começou a xingar. Disse que eu deveria resolver com a Uber, que não era nada com ele. Sobre os doces e salgados, ele disse que tinha jogado em um lote vago”, contou.

Em um dos áudios encaminhados às sócias, o homem afirma que a orientação de descarte foi do aplicativo.

“Resolve com a Uber, não é comigo, não. Fui no endereço certo, assim que cheguei no local liguei para vocês, mandei mensagem. Reportei para a Uber, o próprio aplicativo mandou descartar a mercadoria. Eu estava a trabalho e não poderia rodar com aquilo dentro do carro. E, outra coisa, ficou dentro do porta-malas e estragou”, disse o motorista.

O casamento foi realizado, mas sem os bem-casados. Ana Maria afirma não ter recebido o suporte necessário da Uber.

“Não estou reivindicando o prejuízo, apesar de ter perdido a mercadoria, mas quero alertar outras pessoas que esse problema existe. A Uber só disse que vai estornar o valor da corrida, mas não disse nada dos produtos. Além disso, a plataforma me mandou e-mail afirmando que eu usei linguagem inadequada e tive comportamento agressivo. Uso sempre o aplicativo para deslocamento e não imaginei que seria esse transtorno ao usar o Uber Flash”, finalizou.

O que diz a Polícia Civil

“Sobre os fatos registrados no domingo (15/5), em Confins, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou Inquérito Policial para apurar o caso, em tese, caracterizado como apropriação indébita, com pena de prisão de 1 a 4 anos e multa. Mais informações serão repassadas em momento oportuno”.

O que diz a Uber

A reportagem do g1 Minas entrou em contato com a Uber questionando quais as providências tomadas pela empresa, se a orientação é sempre descartar mercadorias dos clientes, se a plataforma já entrou em contato com o motorista, se terá alguma punição e o que seria feito em relação ao valor da mercadoria.

A empresa encaminhou nota sem responder aos questionamentos. Veja o comunicado na íntegra.

“A Uber está à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei. É importante ressaltar que, no Uber Flash, usuários podem solicitar a motoristas parceiros viagens para o transporte de objetos como pacotes, presentes, documentos e outros artigos pessoais, de porte médio ou pequeno, que possam ser acomodados com segurança no porta-malas do veículo.

Não é permitido enviar itens de valor ou cujo transporte seja proibido por lei ou pelas regras da categoria. Itens essenciais e/ou com valor superior a R$ 500 não podem ser transportados, de acordo com os termos de uso da modalidade de serviço. Antes de cada solicitação, as regras do Uber Flash são exibidas no aplicativo para que o usuário possa verificar e concordar antes de seguir com o pedido”.

g1

Artigo anteriorEncontro de Economia Criativa incentiva fomento à cultura e geração de emprego e renda
Próximo artigoAuxílio Estadual Enchente chega a famílias de nove municípios do Amazonas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui