Nicotina bloqueia hormônio do cérebro feminino, afirmam cientistas

Foto: Reprodução/Pixabay

O estrogênio é associado a uma série de outras funções importantes no organismo da mulher, ele regulariza o ciclo menstrual e também é capaz de proteger contra doenças cardiovasculares. Entre outras funções, esse hormônio tem funções significativas no corpo feminino.


“Nós temos receptores de estrogênio em quase todo o corpo, então ele atua em diversos tecidos do organismo feminino”, afirma Fernanda Polisseni, ginecologista e professora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

Dessa forma, quando ocorre o bloqueio desse hormônio, existem consequências e que estão sendo desvendadas recentemente por cientistas. Foi descoberto por um estudo apresentado na 35ª conferência anual do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, o porquê de mulheres costumarem ter mais dificuldade do que os homens para abandonar o tabagismo.

De acordo com o IBGE, totalizam 9,8 milhões de mulheres fumantes no Brasil-Foto: Reprodução/STIAP

O artigo explica que uma dose regular, podendo ser equivalente a um único cigarro, diminui os níveis de estrogênio no cérebro das mulheres. Esse efeito atua no tálamo, área cerebral envolvida diretamente em respostas comportamentais e emocionais.

“Ainda não temos certeza de quais são os resultados comportamentais e cognitivos, só que a nicotina atua nessa área do cérebro. Porém, notamos que o sistema cerebral afetado é alvo de drogas viciantes, como a nicotina”, afirma a pesquisadora principal do estudo, a professora Erika Comasco, da Universidade Uppsala, na Suécia.

O estudo está sendo desenvolvido para avaliar se esse bloqueio está ligado diretamente ao fato de mulheres terem mais dificuldade de abandonar o cigarro e até mesmo terem mais recaídas do que os homens. E foi o que a pesquisadora completou: “Precisamos agora entender se essa ação da nicotina no sistema hormonal está envolvida em alguma dessas reações.”

Homens e mulher fumando no mesmo local – Foto: Reprodução/shutterstock

“É improvável que esse efeito específico da nicotina no tálamo (e na produção de estrogênio) explique todas as diferenças observadas no desenvolvimento, tratamento e resultados entre homens e mulheres fumantes. Este trabalho ainda está muito longe de uma diminuição induzida pela nicotina na produção de estrogênio para um risco reduzido de dependência de nicotina e efeitos negativos do tratamento e recaída em mulheres fumantes, mas merece uma investigação mais aprofundada”, declara Wim van den Brink, professor emérito de psiquiatria e dependência do Centro Médico Acadêmico da Universidade de Amsterdã.

Entender como funciona o cérebro e a distribuição de hormônios em relação à fatores externos pode ser esclarecedor em vários fatores. Os estudos estão em andamento, é um avanço para compreensão.

Fonte: iNMAGAZINE/iG

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