
O Amazonas pode viver novamente uma estiagem severa, como a do ano passado. Caso se conforme, a economia local poder ser impactada negativamente.
Os níveis dos rios do Estado ainda estão abaixo do esperado para este período do ano. A expectativa é de que as chuvas de abril possam mudar este cenário.
O alerta publicado pelo Valor Econômico é do engenheiro de transportes Augusto Rocha, diretor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), entidades que congregam as principais empresas do Polo Industrial de Manaus (Zona Franca). Segundo estudo do Cieam, a pior seca dos últimos 120 anos do rio Negro, que banha Manaus, resultou em um custo extraordinário de R$ 1,4 bilhão às indústrias, devido à falta de componentes e às dificuldades para escoar as suas mercadorias por via fluvial.
Na ocasião, a cota do rio Negro chegou ao patamar de 12,7 metros, profundidade insuficiente para o atracamento de navios de cabotagem – chegam pela costa brasileira e entram pela foz do rio Amazonas – e de longo percurso, que cumprem suas rotas para o mercado externo via Canal do Panamá. Para que as operações de transbordo de contêineres sejam executadas dentro dos padrões, a cota mínima do rio deve estar em 18 metros, levando em conta o calado dos navios e a margem de segurança exigida.
Para especialistas em clima, a expectativa é de que os níveis dos rios possam se recuperar ao longo do mês de abril. Dependendo do ritmo de chuvas, será possível realizar o transporte fluvial sem estratégias diferenciadas.