Novo documentário revela a face séria de Mussum

Mussum (Fernando Seixas/Dedoc)

A diretora Susanna Lira está finalizando um novo documentário sobre a vida do homem que ficou eternizado como o Mussum, no programa Os Trapalhões. Mussum – Um Filme do Cacildis mostrará a trajetória do humorista e sambista Antonio Carlos Bernardo Gomes, que fez parte do grupo Os Originais do Samba. Ele morreu aos 53 anos, em 1994, depois de complicações por causa de um transplante de coração.


O longa explorará a vida de Gomes longe do personagem dos Trapalhões. Se por um lado Mussum criava expressões como “forevis” e “cacildis”, bebia muito e dizia que “negão é seu passadis”, o ator não admitia que o tratassem dessa forma. Aliás, não permitia preconceito de espécie alguma, chegando a brigar com duas pessoas que o chamaram de “negão”.

Mussum (Fernando Seixas/Dedoc)

“Ele não admitia ser desrespeitado. Era muito responsável com as finanças e muito rígido na educação dos cinco filhos, que teve com cinco mulheres diferentes. Estudou em internato e chegou à Aeronáutica”, explica a diretora Susanna Lira, que assistia aos filmes do quarteto humorístico no cinema com a mãe.

Apesar do sucesso estrondoso dos Trapalhões, a grande paixão de Gomes era o samba e o grupo que ajudou a fundar, Os Originais do Samba, no final dos anos 1960. Mussum tocava reco-reco e cantava. Foi por meio da música que conheceu Dedé Santana, que teve a ideia para os Trapalhões depois de assistir a um programa na TV Tupi.

Com mais de 20 anos de carreira, Susanna Lira transita hoje entre documentários — sobre artistas como Zé Bonitinho, Clara Nunes e mulheres sambistas, pacientes portadores de HIV e esposas que assassinaram seus companheiros — e duas séries de ficção que vão estrear na televisão. Uma delas é sobre uma delegacia especializada em combater crimes raciais, de intolerância e de gênero. Outra é inspirada na história do médico Roger Abdelmassih, acusado de estuprar as pacientes em seu consultório.

“Sempre tive uma relação fortíssima com alguns artistas do samba, como Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Os Originais do Samba, pessoas comuns que tiveram de batalhar para superar dificuldades materiais e preconceitos. A visão de mundo dessas pessoas também formou meu olhar sobre questões tão importantes e ainda presentes na sociedade brasileira como racismo, intolerância religiosa, de gênero e condição social”, explica Susanna.

Fonte: Veja

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