Recebi pelo Facebook uma marcação de amiga, com a solicitação de que não reelejamos nenhum político com cargo eletivo. Claro que curti, aqui mesmo neste espaço já fiz alguns artigos manifestando minha discordância sobre a reeleição, mas temo pela falta de objetividade da postagem. Posso estar sendo repetitivo, mas meu coração anda enfraquecido. Nossas emoções estão se tornando tristes com o desencanto de viver momento tão cruel deste meu doce País. O que mais amargura é esse inútil comportamento da maioria dos nossos políticos, trovões acintosos e hipócritas em palavras desprezíveis à inteligência de uma grata e significativa parcela da sociedade.
Passaram-se anos e governos, testemunhamos revoluções, golpes e quarteladas, expulsamos invasores e gritamos independência – não sei de quê, criamos mitos, heróis, reis e rainhas urbanos e suburbanos, adubamos ignorâncias, petulâncias e falta de educação, velamos milhares de brasileirinhos natimortos por falta de assistência médico-hospitalar oficial, deixamo-nos dormir desastradamente quando a corrupção contaminava e já se estabelece, célere, na aridez molambenta dos tapetes dos Três Poderes constituídos, nunca aprendemos a cantar a nossa pátria amada completa, rimos com uma cidadania esquecida, votamos em pestes falastronas – por vezes analfabetas – e ainda não sabemos sufragar, parcimoniosos, por isso decadentes que somos, o antídoto democrático para debelá-los – surrealistas de várzeas pardacentas e lamacentas, também andrajosos, a surrupiarem nossa consciência. Acredito que as eleições de outubro próximo mudarão muita coisa. Chegou a hora do povo brasileiro reagir. E a melhor arma para isso é o voto. Não adianta esperar que os políticos mudem.
O povo é que tem de fazer a mudança, votando em quem não o trairá depois de eleito. Os políticos roubam, empresários desviam dinheiro, não podemos continuar conformados com essa realidade. O que se vê são as crianças pedindo esmolas, outras assaltando, largadas nas ruas. Não é este o País que queremos ver para os nossos netos. Mas insisto que ainda há saída para o momento em que estamos vivendo. Basta que saibamos utilizar corretamente o voto nas próximas eleições. Ainda há salvação para o Brasil. Mas para isso tem de haver respeito, seriedade. Cada um tem de fazer a sua parte, começando por não eleger políticos que só pensam em roubar.
Todavia, mesmo assim, não vou sentir vergonha do meu País só porque, por inúmeras razões, votamos errado e botamos lá em cima uma minoria atuante e atrevida de safardanas. Entendo, isto sim, que a nossa única arma, o voto, precisa ser protegida, através da mais importante reforma de todas quantas necessitamos, a política. Só ela nos dará condições de impedir o livre acesso dos salafrários do poder agora sendo rastreados com a ajuda da imprensa, que precisa do apoio de cada cidadão, mas sobretudo dos empresários honestos, que não usam do dinheiro sujo para financiar campanhas eleitorais imundas.(Flávio Lauria – Professor universitário e Consultor de Empresas – [email protected])