Obras de Auxiliadora Zuazo no Sumaúma Park inaugura nesta terça (23)

As Amazonas de Zuazo reúne 16 obras da artista amazonense/Foto: Divulgação

Um dos nomes femininos mais proeminentes da arte moderna feita no Amazonas, Auxiliadora Zuazo é tema da nova exposição que inaugura nesta terça-feira (23), às 10h, na sala Coletiva das Artes, no Sumaúma Park Shopping, na avenida Noel Nutels, 1.762, Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Intitulada “As Amazonas de Zuazo”, a mostra reúne obras da artista plástica amazonense pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado.


A exibição na sala Coletiva das Artes é aberta ao público em geral e fica em cartaz até 23 de julho de 2017, com visitação gratuita de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 14h às 20h, de acordo com os horários das lojas do Sumaúma Park.

Ao todo, a mostra terá 16 obras de Zuazo, incluindo desenhos a nanquim e a caneta sobre papel, xilogravuras em P&B e verde sobre papel, e duas matrizes em madeira (duratex), usadas no processo de impressão de xilogravuras. Com curadoria de Jair Jacqmont, “As Amazonas de Zuazo” apresenta paisagens típicas da Amazônia, mulheres e crianças, alguns dos principais motivos que pontuam a obra da artista plástica.

A temática feminina, segundo Jacqmont, foi uma das que prevaleceu no trabalho da artista amazonense, e aparece em várias das obras presentes na mostra. Aí se inclui, entre outras, a xilogravura “As amazonas”, que faz parte de uma série de obras de mesmo nome e que inspirou o título da exposição na sala Coletiva das Artes. “Zuazo é uma mulher imersa na questão feminina, tendo sempre batalhado contra a opressão da mulher”, aponta ele.

Jacqmont lembra ainda que Zuazo fez parte do Clube da Madrugada, grupo que ajudou a difundir as propostas da Arte Moderna no Amazonas e que colocou a identidade e a temática da Amazônia na pauta dos artistas locais, a partir dos anos 1950. A vivência nesse meio, segundo ele, fez dela uma “mulher artista ímpar” no circuito artístico amazonense. “Até então não havia aqui esse tipo de artista engajado com um tema específico – no caso dela, a questão feminina”, explica o curador.

As Amazonas de Zuazo reúne 16 obras da artista amazonense/Foto: Divulgação

A jornalista e escritora Leyla Leong, que assina o texto de curadoria da mostra na Coletiva das Artes, assinala também as crianças como uma das preocupações que Zuazo explorou em sua produção artística.

“Ao longo de sua carreira, figuras infantis aparecem em séries como ‘Curumins e cunhantãs’, onde a artista provoca o mundo com imagens de crianças em situação de risco, oferecendo a sua contribuição artística e política para a construção de um mundo mais justo”, escreve ela.

Trajetória – Nascida no Seringal Santa Vitória, no município de Lábrea (a 852 quilômetros de Manaus), em 22 de setembro de 1943, Maria Auxiliadora Zuazo veio ainda criança para estudar em Manaus. Em 1966, um ano após concluir o curso Clássico no Ginásio Amazonense Dom Pedro II, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Lá, teve como mestres Ahmés de Paula Machado (gravura), Carlos Magno (pintura mural), Abelardo Zaluar e Adir Botelho (xilogravura).

Em 1968, realizou em Manaus sua primeira exposição individual, na Pinacoteca do Estado, tendo sido premiada com Menção Honrosa. Em 1989, expôs na Mostra Coletiva de Artistas Contemporâneos do Amazonas, na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo. As obras da artista foram exibidas ainda no Museu de Arte Brasileira, em São Paulo, em 1989, e no Solar Grandjean de Montigny da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, na exposição “Verde contemporâneo”.

Além da xilogravura e do desenho, Zuazo explorou técnicas como litogravura, gravura em metal, aquarela e estudos para tapeçaria. A artista reside atualmente no Rio de Janeiro, para onde se mudou há mais de uma década.

Programação – Inaugurada no último dia 21 de março, com a exposição “Imaginário Amazônico”, reunindo obras do amazonense Da Silva Da Selva, a sala Coletiva das Artes terá uma programação diversificada de mostras ao longo de 2017. Após “As Amazonas de Zuazo”, entra em cartaz no espaço “Memórias Arquitetônicas”, com obras de Moacir Andrade, de 25 de julho a 24 de setembro.

Depois é a vez de “Movimento Sem Terra”, com fotografias de Sebastião Salgado, de 26 de setembro a 26 de novembro. A agenda se encerra com “Uma época da Manaus Antiga”, reunindo trabalhos do fotógrafo George Huebner, ficando em cartaz de 28 de novembro a 30 de dezembro.

Sobre a Pinacoteca do Amazonas – Possui um acervo composto por mais de mil peças de técnicas variadas, abrangendo a produção artística brasileira entre os séculos XIX e XX, com ênfase especial nos artistas amazonenses. Promove exposições permanentes e temporárias e organiza eventos culturais diversos.

Instituída oficialmente em 1965, pelo governador Arthur Cézar Ferreira Reis, a partir de proposta do artista plástico Moacir Andrade, a Pinacoteca passou por diversos espaços, como a Biblioteca Pública, a Usina Chaminé e o Centro Cultural Palácio Rio Negro. Em 2009, passou a funcionar no Palacete Provincial do Amazonas, mantido pela Secretaria de Cultura, na Praça Heliodoro Balbi, S/Nº, Centro.

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