
O Delegado Paulo Martins, Titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) falou, na manhã de ontem (28), durante coletiva de imprensa realizada na sede da Especializada, sobre as prisões de Ronairon Moreira Negreiros, de 31 ano, e Mario Jorge Nobre Albuquerque, de 45, conhecido como “Mario Tabatinga”, ambos investigados por possível envolvimento no homicídio do Delegado de Polícia Civil Oscar Cardoso Filho, ocorrido no dia 9 de março, deste ano, no bairro São Francisco, na Zona Sul de Manaus.
Ronairon e “Mario Tabatinga” foram presos em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido no dia 17 de março deste ano pelo juiz Anésio Rocha Pinheiro, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. As prisões são em decorrência da operação “Hórus”, deflagrada no último dia 18 de março.
A prisão de Ronairon foi realizada por Policiais Civis do estado de Roraima, na cidade de Boa Vista, na tarde da última segunda-feira (24), por volta das 14h00, no Aeroporto Internacional Atlas Brasil Cantanhede, no momento em que ele tentava embarcar para Fortaleza (CE), com documentos falsificados. Ele aguardava preso na Delegacia Geral daquela cidade a transferência para Manaus em função de carta precatória expedido na manhã de terça-feira (25).
Na noite de segunda-feira (24) uma equipe de Policiais Civis do Amazonas, coordenados pelos Delegados, Paulo Martins, Titular da DEHS, e Mário Júnior, Adjunto do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), se deslocou até o estado de Roraima para realizar o translado de Ronairon e efetuar a prisão de “Mario Tabatinga”, que foi encontrado na madrugada de quinta-feira (27) em um bar na cidade de Santa Elena, na Venezuela, País que faz fronteira com o Brasil.
Na ocasião os policiais convenceram o homem a vir a Manaus apenas para prestar esclarecimentos em torno do assassinato do Delegado Oscar Cardoso. Ao chegarem na circunscrição do Estado do Amazonas, os policiais deram voz de prisão para ele.
“Todas as pessoas que já foram presas na operação “Hórus” tem envolvimento direta ou indiretamente no assassinato do Delegado Oscar Cardoso. Agora iremos iniciar as oitivas com os dois para verificar qual o nível de ligação deles no crime”, argumentou o Delegado Paulo Martins.
A autoridade policial declarou ainda que as diligências estão focadas em encontrar João Pinto Carioca, conhecido como “João Branco”. “Ele é um elemento chave nas nossas investigações”, frisou.
Ronairon e “Mario Tabatinga”, e os outros presos durante a operação “Hórus” seguem à disposição da polícia, que está realizando as oitivas. Ao término dos procedimentos cabíveis, eles serão encaminhados ao sistema prisional, onde irão aguardar a decisão da Justiça.
Operação “Hórus”
A Polícia Civil do Amazonas deflagrou no dia 18 de março deste ano, a operação “Hórus” em combate ao crime organizado, homicídios e tráfico de drogas na capital. Na ocasião foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão.
Durante a coletiva de imprensa realizada na tarde daquele dia, na sede da Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, o Delegado Geral de Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, explicou como iniciaram as diligências.
“A investigação que resultou na operação teve início logo após a morte do Delegado Oscar Cardoso Filho, ainda no domingo, dia 9 de março deste ano. A Polícia Civil começou imediatamente as buscas pelos autores do homicídio, que chocou a população e enlutou a categoria pela audácia dos infratores”, declarou.
Josué Rocha ressaltou ainda a abrangência da organização criminosa. “Estão envolvidas essas pessoas presas hoje e ainda outras que possuem participação direta ou indireta na morte do Delegado Oscar Cardoso Filho. É um grupo organizado, que tem vários tentáculos não só em homicídios, mas também com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes”, frisou o Delegado Geral.
O Delegado George Gomes destacou que houve divisão de função na participação de cada um no ato criminoso. “Há o mentor do crime, que sabemos ser João Pinto Carioca, conhecido como “João Branco”, cuja prisão temporária já foi decretada. Também temos a participação de Fábio Diego Matos de Oliveira, o “Piu-Piu”, como executor, além de outras duas pessoas que estão sendo procuradas e não terão os nomes revelados para não prejudicar as investigações”, argumentou.
A sobrinha do Delegado Oscar Cardoso, Karina Cristina Pereira Nascimento, de 20 anos, é apontada como a pessoa que indicou a localização do Delegado de Polícia no dia do delito. “Karina é cunhada de “Piu-Piu”. A jovem foi presa no dia 19 de março em Santarém (PA).
A estudante, que cursa o quarto período de Direito em uma universidade local, aguardava a transferência para Manaus presa na ala feminina do Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura, em Santarém.