Organizações assinam manifesto de indignação ao atentado sofrido pela comunidade Baixão dos Rochas

Foto - Matheus Perdiz/ Semed

Na madrugada deste domingo (19/03), por volta das 4h da manhã, a Comunidade Tradicional Baixão dos Rochas, em São Benedito do Rio Preto (MA), município localizado a cerca de 240 quilômetros de São Luís, foi atingida. As famílias tiveram suas casas destruídas e incendiadas e foram obrigadas a deixar suas terras durante a madrugada por homens armados extremamente agressivos que expulsaram os moradores e mataram animais domésticos. As 57 famílias moram na comunidade há mais de 80 anos e vivem da agricultura familiar e do extrativismo. Os conflitos começaram em 2021, quando duas empresas ligadas ao agronegócio iniciaram o plantio de soja na região.


Dom José Valdeci dos Santos Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB), fala sobre a realidade da comunidade tradicional Baixão dos Rochas.

“Na medida que avança o agronegócio principalmente no estado Maranhão oprime as comunidades tradicionais que também sofrem a ausência do estado, a concessão de licenças ambientais indevidas a morosidade dos processos e conivência do estado contribui para estes ataques aos povos de comunidades tradicionais”, afirma Dom Valdeci.

A Rede Eclesial Pan-Amazônica REPAM-Brasil e mais 52 organizações assinaram a Nota de Indignação sobre o atentado sofrido. Em nota, as organizações exigem que os órgãos de justiça do Estado apurem as investigações e atribuam resoluções das violações que as comunidades tradicionais vivenciam com frequência no estado do Maranhão e, que possam garantir a segurança dos territórios e de todas as famílias que sofrem a violência no campo.

A nota destaca que “a conjuntura nacional de violência no campo é historicamente marcada pela grilagem de terras, desigualdade, injustiça e impunidade. Este ato terrorista não é uma ação isolada na região do Baixo Parnaíba, mas é uma prática violenta presente em todo o país e particularmente impune no Maranhão, agredindo de modo sistemático os povos originários e as comunidades tradicionais”.

Dom Valdeci, também esteve reunido com um grupo de parlamentares, que se articulam com a Comissão Brasileira Justiça e Paz, chamado Fratelli Tutti, que se encontra mensalmente a partir da inspiração da Encíclica do Papa Francisco.

Confira a íntegra da nota aqui.

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