
Quase três anos após confessar que jogou o próprio filho – um bebê de quatro meses – no Rio Negro, o canoeiro Josias de Oliveira Alves, de 33 anos, vai a júri popular. A decisão foi divulgada na quarta-feira (20).
Ainda não há data definida para o julgamento de Josias, que será julgado por sete jurados que irão definir se ele é culpado ou inocente.
O crime ocorreu no dia 14 de agosto de 2015, quando o canoeiro teria se desentendido com a esposa e lançado a criança no rio.
O canoeiro é acusado de cometer homicídio qualificado conforme artigo 121 do Código Penal.Josias foi preso em 21 de agosto de 2015, quando se apresentou para a polícia. Ele teve a liberdade provisória concedida em março de 2016.

O suspeito teve que cumprir algumas medidas cautelares como o comparecimento periódico em juízo, a proibição de frequentar bares e de ter contato com familiares da vítima e pessoas relacionadas com o fato. Além o impedimento de deixar a capital, até o término do processo.
Relembre o caso
A esposa do canoeiro Cleudes Maria Batista, de 26 anos – que mora em Manacapuru, a 68 km de Manaus – teria viajado para a capital em agosto de 2015 com o intuito de conversar com Josias sobre o valor da pensão do filho. Os dois se encontraram no início da noite de 14 de agosto, segundo o delegado plantonista do 19º DIP, Carlos Rufino.
“Ele a chamou para o Porto de São Raimundo, onde trabalha fazendo travessias, dizendo que ia pegar o dinheiro da pensão na casa do patrão, que fica ali perto. Quando eles estavam no meio do rio, o suspeito tentou matar a mulher”, contou.
O homem teria usado uma corda para tentar enforcar a ex-companheira, mas a mulher conseguiu se desvencilhar do suspeito.
Em depoimento à polícia, a vítima contou que, com raiva, o homem puxou a criança e a atirou no rio. “Na tentativa de fugir, ela também se jogou na água”, contou o delegado, ressaltando que o suspeito teria tentado matar a vítima já na água ao passar diversas vezes com o motor da embarcação perto da cabeça dela. A mulher conseguiu nadar até um porto, onde procurou ajuda.
De acordo com a polícia, alguns autos contam que pai era carinhoso com o filho, e que brigas entre o casal eram constantes e geralmente por motivos financeiros. A mulher já possui passagem pela polícia, informou o delegado titular da DEHS.
Fonte: G1