
Sob pressão de um escritório de advocacia, a diretoria da empresa Flextronics da Amazônia, atual Masa da Amazônia Ltda, pediu direito de resposta exigindo que o portal Correio da Amazônia contradiga a matéria publicada no dia 14 de abril de 2021, com o título: ‘Trabalhadores da Flextronics não suportam mais ‘pão e mingau’ todo dia’.
O escritório de advocacia da fabricante de celulares Motorola no Polo Industrial de Manaus (PIM), que fatura milhões de Dólares, afirma que a as informações são inverídicas, caluniosas e que o ‘Pão com Mingau’ constante no cardápio, era servido unicamente durante a semana em que a matéria foi publicada.

Há controvérsias
Ocorre que, a notícia foi escrita com informações e imagens fornecidas pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindimetal), mediante reclamações constantes dos trabalhadores, em razão da ‘péssima alimentação’ servida pela empresa, sobre a qual, o presidente do Sindicato, Valdemir Santana, formalizou denúncias junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e Vigilância Sanitária, no Estado.
Sobre a notícia do ‘Pão com Mingau’, o presidente dos Metalúrgicos, disse que estava denunciando o descaso da empresa com os trabalhadores às autoridades porque, “quando falta pão, eles servem salsichas, mas no cardápio eles apresentam para a fiscalização do sindicato e do MPT, que servem até abóbora com salsa com suco Jacaré em bandeja de prata”, desdenha.
A empresa diz ainda que existe uma comissão técnica formada por colaboradores e fornecedores terceirizados de alimentos, que, em reunião, fazem uma escolha criteriosa do cardápio a ser servido aos funcionários durante a semana.

Manifesto na frente da Fábrica
Coincidentemente, na mesma semana que a Flextronics exige direito de resposta ao portal por ter citado o seu rico cardápio regado a ‘Pão com Mingau’, acontece um manifesto em frete à empresa, com todos os trabalhadores parados e a direção do Sindicato dos Metalúrgicos em peso protestando em cima de um carro de som, exigindo que a empresa resolva o problema da péssima alimentação servida nos seus restaurantes e outras pendências trabalhistas e conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Ou seja, o ‘Pão com Mingau’ pode ter deixado de existir no cardápio da empresa, mas a qualidade da alimentação, segundo o advogado e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Sidney Malaquias, continua péssima, de má qualidade e passível de interdição a ser feita pelas autoridades da Vigilância Sanitária e Saúde.
Em cima do carro de Som, ontem (20), Malaquias exige não só a troca do cardápio, mas a troca da fornecedora de alimentos da Flextronics como também, colocou para votação a troca do sistema de contratação de temporários, outro problema crônico dentro do quadro de funcionários da fábrica de celulares.

O diretor sindical, inclusive, aconselha os trabalhadores a procurarem uma delegacia de polícia, para denunciar assédio moral. De acordo com ele, tem supervisor de linha que trata trabalhadores com “chicote no lombo” e, que o encaminhamento a ser dado é buscar a polícia para dar nome aos criminosos
Respeito à convenção
A direção da empresa não respeita os acordos feitos na Convenção Coletiva de Trabalho, não paga a PLR e nem Plano de Saúde, insistem com a contratação de temporário para fugir dos encargos sociais e impostos federais, estaduais, municipais. “Eles querem reduzir custos, sem o recolhimento do FGTS, INSS e querendo transformar o seu quadro de funcionários em temporários e terceirizados”, finaliza Valdemir Santana.
Pedido de Direito de Resposta: