Periferia de Manaus e interior terão acesso à rede de proteção à mulher

Atendimento da rede de proteção a mulher/Foto: Alfredo Fernandes

Atendimento da rede de proteção a mulher/Foto: Alfredo Fernandes


Bairros da periferia de Manaus e comunidades de difícil acesso no interior do Estado, vão contar com ações especiais de combate e atendimento a casos de violência doméstica contra mulheres neste ano.

As ações “Mulher Cidadã” serão realizadas pela Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres (SEPM) e diversos órgãos parceiros, e têm como foco ampliar o alcance da rede de proteção a mulher mantida no Amazonas.

O atendimento itinerante, começou, em Manaus, pelo bairro de Santa Etelvina, na zona norte da cidade. Foram dois dias de ofertas de serviços no bairro, como registro de ocorrências, atendimento psicossocial, palestras de orientação e acompanhamento jurídico por meio da Defensoria Pública. “O objetivo é que a mulher se empodere, conheça seus direitos para que possa reivindicá-los. Como a mulher vai sair da situação de violência, se ela desconhece? Nosso trabalho, primeiro, é divulgar os serviços, que existem no Amazonas desde 2007”, frisou a assistente social da SEPM, Wanja Barreto.

Agredida ao longo de nove anos de casamento, a dona de casa Milena Silva (nome fictício), 30 anos, procurou a ação para pedir ajuda da polícia para consumar a separação. Por medo, a dona de casa que mora no km 4 da BR-174 preferiu manter sua identidade em sigilo. Após atendimento prévio no posto da Delegacia da Mulher, ela foi encaminhada para dar andamento no caso. “Eu conheci ele, tivemos dois filhos, depois de um ano e meio ele começou a ser bastante ignorante. Agredia fisicamente, verbalmente, chamava bastante palavrão. Foi quando minha família se meteu e ele parou. Mas, verbalmente, ele continuou. Foi quando eu vi no noticiário essa ação e vim dar um basta, porque eu não aguento mais”, desabafou a dona de casa.

Atendimentos capital e interior – Em Manaus, a ação “Mulher Cidadã” é desenvolvida com base nas estatísticas da violência doméstica contra mulheres, priorizando as zonas com maior incidência de casos. Segundo números da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), em 2013, foram registrados 3.592 casos de violência doméstica em Manaus. Desse total, os bairros das zonas leste e norte concentraram 60,9% das ocorrências, com 2.191 casos no ano passado.

No interior, o foco da ação “Mulher Cidadã” é expandir a rede de serviços nas comunidades mais isoladas. O atendimento será feito por meio de dois ônibus obtidos por meio de convênio entre o Governo do Amazonas e a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República. “No interior, vai ser específico para atender aquela mulher que está na comunidade isolada e que não consegue chegar até a sede para reivindicar seus direitos. Como elas não conseguem se deslocar, vamos levar os direitos até elas”, frisou Barreto.

Serviços oferecidos – Durante as ações itinerantes, além do registro dos casos de violência doméstica, são oferecidos serviços de atendimento psicossocial e o acompanhamento jurídico da defensoria pública. A mobilização beneficia todas as questões ligadas à mulher.

Separada amigavelmente há 26 anos, a dona de casa Solange dos Santos, 53, acompanhada do ex-marido, procurou a ação para dar entrada no divórcio e ficar livre para casar com o atual companheiro. “Estamos separados há tanto tempo e agora queremos regularizar para casarmos novamente com nossos atuais companheiros”, disse a dona de casa, enquanto segurava a petição de divórcio.

Ações no interior – O atendimento itinerante segue para o interior do Estado. Segundo a programação da SEPM, Manaquiri recebe a ação entre os dias 24 e 28 de fevereiro. Em Presidente Figueiredo, a ação está prevista para os dias 20 e 21 de março.

Parcerias – A ação “Mulher Cidadã” conta com a participação da Defensoria Pública do Estado, Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Seas), Ministério Público e Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). O evento é realizado em parceria com o Fórum Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Campo e da Floresta, instância que reúne representantes de 30 instituições do Poder Público e da Sociedade Civil Organizada.


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