Piada de português (Por Osiris Silva)

Economista Osiris Silva(AM)

Um sobrinho nosso que, há mais de 20 anos anos mora em Braga, no Minho, norte de Portugal, tem contrato com sua operadora pelo qual paga 80 Euros mensais (em torno de 450 reais), valor fixo, e recebe os seguintes serviços, todos de alta qualidade:
– Internet 100 MB (velocidade)
– TV – 142 canais
– Três celulares chamadas ilimitadas para todas as redes e 500 MB de internet para cada telefone
– Um telefone fixo chamada ilimitada (para fixos).
Situação que, para nós, brasileiros, não existe. Por um décimo desses serviços, eu, pessoalmente, pago em torno de R$ 200,00 mensalmente. Parece até que estou falando em história da carochinha ou contando piada de português. Nada disso.


Com crise e tudo, na Europa a qualidade de vida aqui é excelente. Não estou falando de Alemanha, Reino Unido, França, Suíça ou Dinamarca, mas de dois países (Espanha e Portugal) que mais sofreram e ainda sofrem as consequências da crise de 2008.

Cidades belíssimas e ricas na Galícia (Galiza) e em toda Espanha ou Portugal, dotadas de comércio florescente e moderno (há supermercados com autosserviço digital, em que o próprio consumidor passa, embala e paga pelas mercadorias compradas), restaurantes, tascas, simples cantinas, bares que servem qualquer tipo de bebida ou iguarias (francesinhas, tapas, etc.), vinhos maravilhosos, serviços e qualidade admiráveis, orgulham seus habitantes ou os turistas que as visitam.

Não obstante as dificuldades, benefícios sociais de alto nível, como assistência médica, ensino básico e superior gratuitos, serviços de transporte público de excelente qualidade (ônibus, bondes, metrô), segurança plena, amplo e moderno sistema rodoviário e ferroviário cruzando o país em qualquer direção são garantidos ao cidadão em contrapartida aos impostos pagos.  Em duas semanas por aqui não assistimos a um ato sequer de violência, a um acidente de trânsito grave (vimos apenas pequena batida sem a menor importância).

Sai-se às ruas de dia ou de noite com a maior tranquilidade, turistas aos milhares circulando sem o menor temor de assaltos ou atitudes suspeitas; jovens circulando em grupos animados se divertindo ao modo deles, mas a ninguém perturbando; multidões circulando nas “calles”, em parques e praças, ou nas Ramblas de Barcelona, visitando museus e igrejas constituem detalhe cultural comovente. Motoristas de taxi ou de ônibus, sempre muito atenciosos e gentis, outro detalhe significativo.

Cidades ótimas, civilizadas, confortáveis, dotadas de todo conforto, como Barcelos, Guimarães, Porto de Lima, Valença, Viana do Castelo, Tui, Vigo, Ponte Vedra, Finisterra, Santiago de Compostela, La Coruña, enfim, na Espanha ou em Portugal, localidades das quais jamais se esquecerá, constituem hoje conjuntos urbanos que até um passado não tão distante a maioria dos brasileiros as tinham como inimagináveis.

Diante desses fatos, pergunto-me: não foi com um Brasil como esse que sonhamos num passado recente, com o qual continuamos a sonhar como o país do futuro? Que futuro, quando chegará? Se é que chegará. Quanta decepção!

Houve um tempo em que se contava piadas de português aos montões, as mais engraçadas e depreciativas possíveis. Dadas as circunstâncias, as piadas mudaram de mão. A história demonstrou que o português de antigamente, saloio, caipira, iletrado e ignorante do Além Tejo ou do Norte, bem como o galego espanhol, na verdade tornaram-se o brasileiro de hoje.

Que herança, maldita herança o governo do PT está legando ao nosso país e a seu povo!

Ah, não esquecendo, por aqui não se observa qualquer tipo de conflito ambiental. Homem e ecossistema convivem pacífica e construtivamente para o bem maior do homem, da flora e fauna.
Barcelona, 15 de setembro de 2015.(Osiris Silva – Economista, Consultor de Empresas e Escritor)

Artigo anteriorDuas crianças morrem carbonizadas após incêndio no Jesus me Deu, zona norte de Manaus
Próximo artigoHelicônia traz novas opções de turismo para a Amazônia

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui