
A recente decisão judicial que tornou alguns militares réus por envolvimento em atos antidemocráticos acendeu um sinal de alerta nas Forças Armadas. Segundo apuração da GloboNews, oficiais do alto comando avaliam que a medida tem um efeito pedagógico e reforça a necessidade urgente de despolitizar os quartéis.
Internamente, a avaliação é de que parte da tropa foi contaminada por ideologias políticas, em um processo que alguns comparam ao ambiente que antecedeu o golpe militar de 1964. Embora ainda haja setores que relativizam o período do regime militar, cresce dentro da própria corporação o entendimento de que a politização mina a credibilidade e a neutralidade das Forças Armadas.
As investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) também revelaram uma divisão clara entre as patentes. De acordo com o levantamento, generais mantiveram-se em geral distantes das articulações golpistas, enquanto coronéis — especialmente os ligados a forças especiais — tiveram envolvimento mais direto nas conspirações.
A expectativa, segundo fontes ouvidas, é que os desdobramentos do caso sirvam de ponto de inflexão para que as Forças Armadas reforcem seu compromisso institucional com a Constituição e se distanciem, de forma definitiva, das disputas político-partidárias.