
“A educação tem que chegar em todo mundo. Quando terminei a graduação, sempre achei que eu estava aqui para ajudar meus alunos.”
É o que pensa o professor Arthur Cabral, de 29 anos, que toda sexta-feira pedala mais de sete quilômetros para levar atividades a alunos que têm dificuldade de acesso à internet.
Mestre em biologia, ele trabalha há três anos na Escola Estadual Deputado Oscar Carneiro, em Camaragibe, no Grande Recife.
A ideia surgiu após Arthur, que ensina ciências, notar que um grupo de 20 alunos participava menos ou até mesmo não seguia as aulas pela internet. Com a ajuda da gestão escolar, ele confirmou que o problema era estrutural e que os mesmos estudantes não tinham acesso a outras atividades promovidas pelos demais professores da escola.
Para amenizar esse problema, Arthur percorre ao menos sete quilômetros para chegar à escola, que fica no bairro da Vila da Fábrica.

Um professor de educação física da escola em que ele trabalha decidiu, desde a última entrega, ajudá-lo na missão de levar o conhecimento aos alunos. Segundo Arthur, da primeira vez que chegou até as casas dos alunos, eles e os pais deles levaram um susto.
Por semana, Arthur gasta, em média, R$ 100 para imprimir as atividades levadas aos estudantes. No começo, o valor era tirado inteiramente do próprio bolso, mas, com o tempo, uma rede de solidariedade se formou para garantir a educação de quem mais precisava.
“Eu contei a história ao dono de uma gráfica, aí o rapaz me deu um desconto bom, e alguns amigos doam folhas de papel, ou me dão um valor em dinheiro para fazer a impressão. Você percebe que começa a se formar uma rede de ajuda.
O valor varia do tamanho da atividade, mas é uma média de R$ 100, porque tem cópias de livros, às vezes. Por isso que a ajuda dos amigos tem grande importância”, afirmou.
G1