Projeto busca conscientizar jovens em Manaus sobre o vírus HIV

Bolsistas do colégio Castelo Branco/Foto: Érico Xavier

Com o propósito de conscientizar os jovens sobre as doenças sexualmente transmissíveis, estudantes da Escola Estadual Presidente Castelo Branco, no bairro São Jorge, na zona Oeste de Manaus, investigam a “Suscetibilidade da contaminação do vírus HIV, em adolescentes do município de Manaus”, estudo desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e que deve ser concluído em dezembro deste ano.
O trabalho é coordenado pelo professor de biologia da escola, Ederson Gonçalves, e conta com o envolvimento de seis alunos do 3º ano do Ensino Médio: Guilherme Vasconcelos, de 18 anos, Kerlison Souza, de 20, Mayra Nascimento, Thyfany Oliveira, Nicoly Uchôa, 17 e Mena Bianca, todas de 17 anos.


Segundo o professor, o estudo pretende identificar a vulnerabilidade do adolescente na contaminação do vírus HIV. Ele destaca que o interesse em investigar o tema surgiu a partir do aumento dos casos da doença em nível nacional. “Queremos identificar qual é o ponto que está fazendo com que os adolescentes fiquem tão suscetíveis à contaminação. Será a falta informação em casa? Na escola? Se é iniciação cada vez mais cedo na vida sexual aliada à falta de informação?”, indagou o educador.

Bolsistas do colégio Castelo Branco/Foto: Érico Xavier
Bolsistas do colégio Castelo Branco/Foto: Érico Xavier

Para coletar dados e creditar as hipóteses levantadas pelos próprios bolsistas, o grupo de pesquisa desenvolveu questionários que abordam aspectos sociais, educacionais e vida sexual de adolescentes de 12 a 18 anos de idade. Os questionários serão aplicados em turmas da escola, escolhidas por meio de sorteio, e em adolescentes soropositivos, via parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Não será necessária a identificação do entrevistado.

O coordenador da pesquisa ressaltou que o tema sexualidade tem que ser tratado como um assunto normal. “Nosso erro é tratar o tema como tabu, como algo que não deve ser discutido”.  Para Gonçalves, o Ensino Médio tem o papel de preparar o aluno para a vida. “O conhecimento só é válido quando o aluno consegue aplicar no cotidiano e o PCE tem contribuído nesse processo”, disse o professor.

“Quando tratamos de Biologia, tratamos de saúde de modo geral. Falamos sobre educação sexual, os vírus, o desenvolvimento de doenças, mas, muitas vezes, não falamos sobre prevenção, só damos o conhecimento técnico e não preparamos o aluno para aplicar o conhecimento na vida, não está sendo válido. Essa é importância do PCE: os próprios adolescentes vão orientar outros”, explica Ederson.

Importância da pesquisa

O bolsista Guilherme Vasconcelos acredita que o projeto de pesquisa é importante, pois alerta a juventude sobre os riscos da contaminação do vírus HIV. “O adolescente é o mais vulnerável. Em nossas pesquisas, conseguimos coletar a seguinte informação: se hoje temos um índice de adultos que estão contaminados, eles não foram contaminados na fase adulta e, sim, na adolescência. Esse é um trabalho de prevenção para que a doença não se dissemine ainda mais”, disse o aluno.

Kerlison Souza contou que antes do projeto, o assunto era pouco discutido tanto em casa como na escola, mas o cenário tem se modificado e a discussão sobre HIV/Aids se tornado mais frequente nos grupos de amigos. Diferente de Kerlison, a aluna Mayra Nascimento contou que a família sempre conversou sobre o assunto, mas que com o PCE ela pode aprofundar seu conhecimento.

“Por meio do PCE, tenho alcançado mais entendimento sobre HIV. Apesar da minha família ser muito aberta para o diálogo, não tinha tido a experiência de debater com meus colegas sobre o tema. É muito bom ouvir outras opiniões. Hoje eu sinto a preocupação de falar com minhas colegas sobre HIV e falar o que é certo para elas”, disse a estudante.

A também bolsista do PCE, Thyfany Oliveira, acredita que o contato de adolescente para adolescente poderá contribuir de forma relevante para conscientização sobre os riscos da contaminação do vírus HIV. “Nosso contato maior é com esse público. Como a linguagem é a mesma, a abordagem fica mais direta. O alerta precisa ser feito de forma eficaz”, contou a estudante.

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