
O Hacking Rio, maior hackathon (maratona de desenvolvedores) já realizado no Brasil e na América Latina, teve como grande vencedora a equipe Full Starks do Cluster de Educação. O desafio escolhido pela equipe foi desenvolver um método de avaliação do desempenho de alunos sem provas tradicionais. Jovens do Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará se conheceram no evento, formaram um grupo de 5 integrantes para desenvolver um sistema de análise que mede o engajamento do aluno de ensino à distância pela webcam.
O projeto “FocaAí” usa os sensores da câmera do computador para medir reações e uma inteligência artificial transforma em números, que analisam o percentual de engajamento do aluno, o percentual de chance de evasão e faz ainda um rankeamento entre os estudantes. Dessa forma, é possível adaptar o formato do conteúdo, mudar a abordagem ou ainda definir ações personalizadas por parte do professor. “Apesar de ter sido uma competição, a união de todos os participantes do cluster de educação foi decisivo para o resultado positivo”, comemora Ricardo Moraes, ativador da área no Hacking Rio.

O projeto recebeu uma premiação de R$ 15 mil e o direito às patentes dos protótipos desenvolvidos durante o evento. Além disso, a equipe também ganhou do Hack Brazil, realizado por alunos do MIT – Massachusetts Institute of Technology (MIT) – e Harvard o “Passe Hacker”, que dá direito ao grupo de participar da Fase Maker (aceleração online com mentoria, workshops e atividades) por cerca de três meses e depois ser elegível a disputar a final nos Estados Unidos. Além disso, o Founder Institute ofereceu gratuidade no teste de DNA (50 dólares cada) e uma vaga no próximo ciclo de pré-aceleração no Rio, equivalente a 699 dólares, para o empreendedor com melhor nota. Para finalizar, se o grupo fundar sua empresa, o Sebrae Rio levará a equipe para se apresentar no Tech Crunch, em setembro, nos Estados Unidos.
Com apoio do movimento Juntospelo.Rio, o evento teve 42 horas seguidas e intensas de desenvolvimento de novas tecnologias, além do Rio Summit e Rio Fórum com palestras sobre inovação,cidades inteligentes, empreendedorismo e internacionalização. Foram 1340 participantes nos ciclos de palestras e fórum de negócios, 703 hackers inscritos na maratona e 197 mentores para os novos projetos desenvolvidos.
Segundo Lindalia Junqueira, idealizadora do evento, mais de 100 projetos foram gerados durante o fim de semana. “Nosso objetivo era repensar o Rio sob um olhar tecnológico e criativo. Reunimos aqui governo, universidades, empreendedores e investidores para transformar a cidade. Agora, nossa missão é não deixar esse movimento parar”, conta.
A competição de desenvolvedores envolveu times de diversas cidades do Brasil, como Recife, São Paulo, Vitória, Florianópolis e Belo Horizonte, além de equipes de comunidades cariocas como Complexo da Maré e Complexo do Alemão. Foram 15 hackatons simultâneos nas áreas de saúde, esporte, jurídico, turismo, alimentação, educação, economia criativa, energia, segurança, finanças e seguros, novas tecnologias, economia compartilhada, sustentabilidade, mobilidade urbana e jogos.
Entre os finalistas do hackathon, o cluster de economia compartilhada apresentou o Rebuy.rio, uma plataforma de venda e doação de produtos usados; o cluster de esportes apresentou o Atlex, um programa de incentivo e educação para atividade física; o cluster de finanças e seguros teve como finalista o Eduu, um aplicativo de educação financeira para jovens.
Já o cluster de games apresentou o Iná, um jogo para guiar pessoas em ruas com pouca iluminação; no cluster de cleantech, o finalista foi o Trash Trackers, que rastreia resíduos; o finalista do cluster de mobilidade urbana foi o Go Work, uma plataforma de transporte empresarial com rotas ideais para levar funcionários.
O Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar no pilar Inovação do Índice de Cidades Empreendedoras 2017 da Endeavor, que anualmente analisa o ambiente empreendedor no Brasil.