Projeto estuda as variações climáticas do município de Iranduba-AM

Alunos realizam experiências sobre o clima/Foto: Divulgação

Entender como funciona o clima, sempre foi uma das grandes curiosidades da humanidade. Desde os primórdios, o homem primitivo sempre procurou saber como funciona o sistema das estações, que ajuda, tanto na agricultura (quando plantar, quando colher), como na sua sobrevivência de forma geral e, com o passar do tempo, os estudos foram evoluindo até os especialistas na área começarem a fazer as famosas previsões climáticas.


Mas quem pensa esse tipo de pesquisa só pode ser realizada em laboratórios de alta tecnologia está muito enganado, pois os cientistas juniores do projeto “O clima no município de Iranduba” realizam suas pesquisas no âmbito escolar.

O projeto faz parte do Programa Ciência na Escola (PCE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e é desenvolvido no Centro de Educação de Tempo Integral (CETI) Prof° Maria Izabel Desterro e Silva sob a coordenação do professor de geografia Jean Feldmann Martinot e Msc. em Ciências do Ambiente. O projeto também conta com quatro cientistas junior e um voluntário; entre as atividades previstas para serem realizadas estão as visitas técnicas ao Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam); ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM); às Reservas do Inpa; à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além das oficinas sobre “Variações Climáticas”, que serão ministradas pelos próprios cientistas para seus colegas da escola.

Porém, antes de começar as atividades, o primeiro passo da pesquisa realizado pelos cientistas foi estudar a parte teórica do assunto, utilizando livros como: Uma revisão geral do clima da Amazônia, de Gilberto Fischer e outros artigos relacionados ao assunto. Aprender o básico sobre orientação, escala, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, impactos ambientais, também fazem parte da metodologia aplicada pelo coordenador. “A grande vantagem nesse tipo de projeto, é que você consegue teorizar e imediatamente por em prática tudo aquilo que se aprende em sala de aula. É um conhecimento difícil de esquecer porque é trabalhado diariamente”, disse Martinot.

Claro que diante de projeto de tamanha importância e coordenado por um dos professores mais queridos da escola, a procura por uma vaga em sua equipe seria realmente grande mas, segundo o professor, o critério para a escolha de seus bolsistas foi através da meritocracia, ou seja, selecionou os alunos que mais se destacaram em sala de aula. “Meus bolsistas são ótimos alunos e muitos dedicados no projeto, mas antes de escolher, eu faço uma análise geral do aluno, se é faltoso, se é esforçado, se é disciplinado, se tem nota boa (principalmente em português, matemática e geografia). Os outros alunos, vendo as atividades que eles desenvolvem, ficam querendo saber como se faz para ingressar, temos até um aluno voluntário já”, comentou sorridente sobre seus pupilos.

Equipamentos utilizados

Além de gerar o aguçamento da curiosidade científica, o principal objetivo do projeto é produzir um climograma, gerado pelos próprios cientistas, contendo registros dos dados coletados que permite uma compreensão facilitada do perfil climático da região, que é muito afetado pela presença de olarias e da elevada quantidade de queimadas. “Através do climograma pode se representar graficamente as variações de temperatura e precipitações durante um determinado período de tempo e até fazer comparações entre os climas de localidades diferentes. Estes dados serão tabelados por meio das medições realizadas nas proximidades da escola”, explicou o coordenador.

De acordo com Martinot, essas medições são feitas pelos próprios alunos numa média de três vezes por dia, entre os equipamentos usados estão: bússola; hidrômetro; barômetro; termômetro; termo-higrômetro e, nem mesmo as dificuldades, são empecilhos para a realização dos trabalhos. “Fazemos as medidas com os nossos equipamentos as 7, 12 e 16h, em área coberta e na área externa ao redor da escola, mas ainda faltam alguns instrumentos, como a biruta, ai utilizamos uma vareta com fitinhas que ajudam a medir a direção do vento, é prático mas sabemos que não tem a mesma precisão, porém vamos nos adaptando como podemos para não parar as pesquisas”, disse.

Professor Jean Feldman, conversa com alunos do projeto/Foto: Divulgação
                   Professor Jean Feldman, conversa com alunos do projeto/Foto: Divulgação
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