A irresponsabilidade do poder público municipal, mais propriamente do prefeito Arthur Virgílio Neto do PSDB, deixou centenas de milhares de pessoas sem transportes na noite de quinta feira (23), na capital amazonense.
A maioria eram estudantes universitários e secundaristas, que saem em massa dos colégios e universidades no centro de Manaus. E, a maioria não tinham como ir para casa. O risco de assaltos e depredação aumentou a níveis preocupantes na noite dessa quinta feira.
A irresponsabilidade do prefeito teve início com a greve dos rodoviários, que reivindicavam aumento salarial com base no dissídio coletivo da categoria, desde maio de 2016 e o prefeito lavou as mãos para o caso. Resultado: paralisações pontuais em vários bairros e duas greves gerais que engessou a cidade nas primeiras horas da manhã, uma delas no último dia 21 de fevereiro.
Para dar aumento aos trabalhadores, os empresários alegaram que precisavam que o prefeito ajustasse a tarifa para R$ 3,54. Arthur foi para a imprensa, com toda a sua lambança, dizer que não autorizaria, que não ia ter aumento de tarifa. Chegou a rasgar cartaz de aumento de tarifa antes das eleições, para fazer média com o eleitor desavisado.
Inexplicavelmente, no mesmo dia da greve, 21/02, Arthur convoca uma coletiva com a imprensa. Todos imaginavam que ele ia mediar o impasse entre patrões e empregados. Mas, Arthur Neto do PSDB abriu a boca para anunciar um dos aumento mais absurdo registrado no Brasil. Ele elevou 27% o valor da passagem de ônibus em cima da tarifa que já havia sido ajustada para R$ 3,30 em janeiro desse ano.
Incredulidade total de toda a população manauara. De quem usa e de quem não usa ônibus nessa cidade. O prefeito desfez todo o teatro. Tirou a máscara. Jogou na lata de lixo a sua palavra de que não ia aumentar e nem permitiria aumentar a passagem de ônibus enquanto ele estivesse vivo.
Arthur largou o barco à deriva, foi viajar. Voltou dias depois dizendo que estava doente da próstata. Câncer no retro. Uma doença inexplicável, assim como, a sua atitude de abandonar Manaus à sua própria sorte.
A cidade está sem comando. O prefeito entregou o cargo ao Vice Marcos Rotta (PMDB), o dono do programa “Exija os Seus Direitos”, que não resolve nada, que não tem iniciativa, que não sabe como fazer para resolver a insanidade que está se instalando em Manaus.
A cidade está sem dono. Todos mandam. Até os empresários dos transportes resolveram fazer o pior para a população, que a essa altura dos acontecimentos, só lhes resta rezar. Os buracos estão por toda Manaus, as adutoras se rompendo toda semana em algum lugar da cidade. Conta do IPTU chegando no teto, as multas de trânsito viraram a melhor fonte de arrecadação da prefeitura.
Diante dos desmandos, desacertos e de uma imagem totalmente desgastada e desacreditada, Arthur Neto deveria entregar o cargo. Renunciar, antes que o massacre à população seja ainda maior. Esse é o caminho mais honroso para o político que chega ao final de sua carreira.
A Redação