
O bloqueio de R$ 4 milhões nas contas dos proprietários de empresas que prestam serviços para o Estado, a fim de garantir o pagamento de salários atrasados de trabalhadores terceirizados da área da saúde determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, está revelando um esquema bem semelhante ao descoberto pela Polícia Federal (PF) na “Operação Maus Caminhos” que lesou os cofres do Estado em milhões de reais.
O bloqueio foi determinado pela juíza do trabalho substituta Jeanne Karla Ribeiro Bezerra, que atendeu parcialmente o pedido feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Ação Civil Pública ajuizada na última terça-feira (20).
De acordo com os trabalhadores da saúde, ao instaurar a Ação Civil Pública, o MPT descobriu que as cinco empresas que prestam serviços terceirizados na área da saúde, na verdade, possuem proprietários e sócios em comuns, possuem os mesmos endereços, só tendo de diferente o CNPJ.

As empresas que tornaram-se réus na ação são: Tapajós Serviços Hospitalares ou Sílvio Correia Tapajós & Cia Ltada; Medical Gestão Hospitalar; Medimagem; Náutica Ponta Negra (Global);CPA Centro de Diagnóstico por Imagem.
Todas essas empresas, segundo o MPT, pertencem ao grupo Maxxiplan que, nos últimos meses, recebeu mais de R$ 20 milhões do Governo, mas seus proprietários e sócio acabaram por embolsar os valores e não pagaram os funcionários terceirizados.
A Tapajós Serviços Hospitalares foi uma dessas empresas cujos sócios após receberem os repasses do Governo, preferiram encerrar os contratos e só para não ter que pagar salário e indenizações aos funcionários. Na verdade, o encerramento de contrato foi só fachada, porque a empresa ressurgiu com outro nome, outro endereço e CNPJ, mas com os mesmos sócios e proprietários.
São cerca de 400 médicos, enfermeiros, anestesistas, atendentes e demais profissionais de saúde que estão sem receber os salários de junho, julho, agosto, setembro e outubro de 2016. Estes trabalhadores estão ainda sem receber as verbas de rescisão, de indenização, e das parcelas do 13º. A maioria está com pagamentos das contas atrasadas e outros estão até passando fome.
O MPT apurou que enquanto os trabalhadores da saúde passam privações e humilhações, os sócios dessas empresas tem uma vida de ostentação.
Muitos destes empresários aparecem em fotos e imagens da redes sociais ostentando em viagens, jantares, dirigindo carros de luxo e em passeios caríssimos com a família e até namoradas e amantes.