

Na tarde desta segunda-feira (15) peritos da Polícia Federal estiveram no local de desbarrancamento de uma área de mais de 120 metros à margem do Rio Madeira, em Porto Velho, para averiguar as causas que levaram a terra a ceder levando 14 caminhões, 2 camionetes, 2 motos e atingiu uma adutora de água da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd).
Os peritos da PF foram acionados pelo delegado de plantão, Bernardo Guidal, sob denúncias de que o desbarrancamento não tenha acontecido por ordem natural, mas por consequência da instalação da Usina de Santo Antônio nas proximidades do Bairro Triângulo, ou pela ação de garimpeiros no rio, à beira do barranco que desmoronou, informou a assessoria de imprensa do órgão.
Também nesta quinta-feira, a procuradora da República Gisele Bleggi fez vistorias na área que cedeu.
No local, uma empresa de cargas locava o espaço pertencente a uma família que já vive no mesmo terreno há 34 anos. Toda a área da empresa, incluindo as duas residências construídas, e outras cinco casas ao logo dos trilhos da antiga Maria Fumaça, estão interditadas, e técnicos da Defesa Civil Municipal trabalham para avaliar os riscos e a possível necessidade de saída das famílias.
“Eles ainda não foram notificados, mas se realmente for necessária a saída dessas famílias nós vamos fazer”, explicou o coordenador de Defesa Civil, Marcelo Teixeira. Segundo Edgar Iza, chefe de Residência do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a área já era considerada de risco pelo estudo realizado pela equipe desde 2012.
“Durante todo esse tempo estudamos o leito do rio, estudo conhecido como Batimetria, e fazemos o acompanhamento de subida e descida do rio. Essa área é considerada de risco por vários fatores, inclusive pela enchente de 2014, e agora pela seca também histórica, que nunca havíamos registrado níveis tão baixos”, explicou Iza.
Para os técnicos da CPRM, toda a orla do Madeira está comprometida. “Toda a beira do rio, até a Praça da Estrada de Ferro é área de risco, e a tendência é que, gradativamente tudo isso desapareça se não houver um investimento de contenção do desgaste…uma obra de milhões!”, ponderou Edgar Iza.
(Rondoniagora)