
Os 18 servidores do posto da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em Roraima entraram em greve desde a manhã de ontem. Segundo o representante do Sindicato dos Servidores da Zona Franca (Sindframa), Lienderson Melo, a decisão foi tomada em assembleia realizada na sexta-feira passada, dia 15. Só ontem, primeiro dia de greve, pelo menos 60 caminhões lotados de mercadorias, que iriam abastecer o mercado local, deixaram de ser vistoriados.
A greve foi deflagrada por tempo indeterminado em razão do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) a um artigo presente na MP 660 – a mesma que tratou do enquadramento dos servidores do ex-território nos quadros da União, que se refere à equiparação salarial dos servidores da Suframa (veja mais na página 6A). Desta vez, o comando de greve deixou as reivindicações mais administrativas de lado para focar na reestruturação da carreira. “Estamos negociando com o Governo Federal desde 2006 e fomos enganados em 2013 e no ano passado. O governo não quer resolver nosso problema de reestruturação do Plano de Cargo, Carreiras e Remuneração”, disse Melo, acrescentando que o artigo da MP 660 passou pela Câmara do Deputados com 354 votos e pelo Senado, por unanimidade dos 81 senadores.
“Vamos manter apenas os 30% de atendimento aos serviços essenciais, como manda a lei. Neste período de greve, vamos vistoriar apenas carregamento de gelados e medicamentos”, frisou. Segundo o sindicalista, a greve será mantida até o veto da presidente Dilma ser derrubado. “Para derrubar o veto, o Congresso tem o prazo de 30 dias, a contar do dia 12 de maio, quando foi assinado. Ou o Governo Federal mande um projeto de lei contemplando nossa categoria”, frisou.
Lienderson Melo informou que a categoria já está se mobilizando junto à bancada federal de Roraima no Congresso Nacional no sentido de fazer com que o veto seja derrubado. “Estamos em contato com os deputados federais e os senadores de Roraima, inclusive estamos definindo uma data na próxima semana para conversar com os parlamentares e ver a posição de apoio ao veto. Alguns já se manifestaram em redes sociais que estariam a nosso favor, mas temos que ter a ampla maioria”, disse.
(Folha BV)