Salvador lidera ranking de automedicação

Foto: Divulgação
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Mais de 96% da população da capital baiana opta por ingerir remédios indicados pela família, vizinhos ou amigos em vez procurar orientação médica. Tal porcentagem confere a Salvador o primeiro lugar no ranking elaborado pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), que indica as capitais brasileiras onde é maior o problema da automedicação.


Atrás da capital baiana (96,2%) estão Recife (96%), Manaus (92%), Rio de Janeiro (91,4%) e Brasília (83,1%).

Os números integram uma pesquisa do ICTQ que estudou o comportamento da população de 12 capitais em relação ao consumo e armazenamento de medicamentos.

De acordo com o estudo, a automedicação é uma prática comum em 76,4% dos brasileiros, entre homens e mulheres com 16 anos ou mais. Do total de entrevistados (1.480 pessoas), 23,6% declararam consumir remédios somente quando prescritos por um médico, odontólogo ou
farmacêutico.

A sondagem define que, nas 12 capitais investigadas, a utilização de remédios sem a prescrição de um profissional habilitado é maior nos estados do Norte e Nordeste.

Carência médica

“Nas regiões onde os números são ainda maiores, atribuímos os resultados à carência de assistência médica e farmacêutica”, explicou o diretor de pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade.
Na opinião do médico Otávio Marambaia, conselheiro e coordenador da comissão de comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), o resultado reflete um aspecto cultural do brasileiro, sobretudo do baiano.
“Na Bahia, aprendemos com nossos antepassados a trocar receitas de chás e folhas que curavam determinadas doenças. Trouxemos esse costume para os tempos atuais”, afirmou. Tal hábito, segundo Marambaia, é perigoso e pode levar o paciente à morte.

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“Se não usado da forma correta, o remédio pode matar ou causar complicações. Um simples analgésico, por exemplo, utilizado para curar uma dor de cabeça, pode causar a sensação de alívio e mascarar o sintoma de uma doença grave”, advertiu.

Autodosagem

A pesquisa apresenta também um ranking da população que declarou aumentar por conta própria a dosagem do medicamento com a finalidade de potencializar seu efeito de forma mais rápida.
Dentro desta lista, a capital paranaense, Curitiba, aparece em primeiro lugar, com 65%, seguida de Brasília (56,9%), Manaus (52%), Belém (34%) e Recife (30,5%). A capital baiana aparece em 9º lugar, com 24,8%.

Como a compra de medicamentos sem orientação médica, Marambaia alerta para os perigos da alteração da dose por conta própria. “Remédio é como veneno: se não utilizado na dose correta, pode matar. Somente o médico e o farmacêutico estão habilitados para aumentar, reduzir ou fazer qualquer tipo de alteração na medicação”, afirmou. (A tarde)

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