Santana levou ‘proposta de 36 horas/semanais’ a Brasília, para corrigir desemprego na reforma tributária

Valdemir Santana e a presidente da SRT, Francinete Lima - foto: Joab Ribeiro

Trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial de Manaus (PIM), estão com jornada de trabalho de 08 a 09 horas/dia ou mais e, muitas deles(as) exercendo atividades de movimentos repetitivos. Foi o que constatou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, em intensa visita ao chão de fábrica e setores administrativos destas indústrias, no Amazonas.


De posse de um relatório, Valdemir Santana, foi a Brasília, nesta segunda feira (10), conversar com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre os prejuízos que as atividades repetitivas podem causar ao trabalhador, às indústrias e, principalmente, ao estado, que ampara o acidentado com o auxílio doença, agora chamado de ‘Benefício por Incapacidade Temporária’. “Vamos abrir o debate”, diz.

Este é um dos principais benefícios do INSS para quem teve problema de saúde e não pode trabalhar por um longo tempo.

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER), doenças ocupacionais, é um dos motivos que levou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas querer voltar à discussão da redução da jornada de trabalho, antes de 40 horas semanais para 36 horas agora, sendo 06 horas/dia. A outra questão é o iminente risco de redução da oferta de postos de trabalho em função da Reforma Tributária.

PEC 45/19

Com a votação da Reforma Tributária, a (PEC 45/19), aprovada em primeiro turno, na Câmara dos Deputados, no último dia 07, a ida de Santana a Brasília se faz urgente. Na opinião de Valdemir, a economia do País vai dar um salto positivo nos próximos anos, mas, o mercado de trabalho vai ser afetado pela forma simplificada de execução na cobrança de impostos e das arrecadações. Até então, este setor empregava muita gente por ser uma atividade complexa e técnica.

“As 30 horas de trabalho/semana, fatalmente, acarretará na ampliação da oferta de emprego e, o prejuízo para os prestadores de serviços e trabalhadores do setor contábil das indústrias não será tão grande. Esse é um dos assunto que vamos discutir com o ministro Marinho”, antecipa.

Saúde

Levantamento do Ministério da Saúde (MS) mostra que, em 10 anos, as doenças ocupacionais representam 67.599 casos entre os trabalhadores do país. Índice aumentou 184% no mesmo período. No Amazonas, este índice pode ser superior ao restante do Brasil, tanto pela sua concentração laboral no entorno do Polo Industrial de Manaus (PIM), quanto pela falta de fiscalização e estatístico dos órgãos responsáveis por isso.

Ainda de acordo com o MS, nestes setores ocupacionais a ocorrência de LER e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) foi maior nos profissionais que atuam nas indústrias, comércio, alimentação, transporte e serviços domésticos/limpeza.

Nas profissões; os faxineiros, operadores de máquinas fixas, os alimentadores de linhas de produção e os cozinheiros foram os mais atingidos com algum desses problemas de saúde no trabalho.

 Salvadores póstumos da ZFM

A reforma tributária foi marcada pela sua repercussão na mídia e na discussão política nacional. No Amazonas, o temor era o risco de prejuízos se alguns pontos não fossem retirados da pauta de votação da PEC, mas, prevaleceu a pré-disposição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conversar com prefeitos, empresários e parlamentares do Amazonas, antes da votação e aprovação em 1º turno na Câmara dos Deputados.

Após o fato consumado, começaram a surgir os ‘salvadores póstumos”’ da Zona Franca de Manaus (ZFM). Alguns deles, se dizendo responsáveis pela disposição do ministro Haddad de retirar pontos que pudessem comprometer a continuidade do modelo ZFM.

“A prática não é nova, quando se trata de defesa da Zona Franca de Manaus, tem muitos parlamentares e outros seres ‘extraterrestres’, que ‘não entendem nada de nada de ZFM’, mas se pintam de técnicos especializados, falam um monte de abobrinhas e deixam o abacaxi para os sindicalistas, trabalhadores e empresários descascarem. Um dia isso vai ter que mudar”, finalizou Santana.

Artigo anteriorUnião deverá obter equipamentos e pediatras para hospital de São Gabriel da Cachoeira
Próximo artigoProjeto que iguala salário-base de servidores da CMM não gera impactos ao orçamento

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui