
Agricultores, pescadores e moradores que dependem do transporte fluvial em Tabatinga, Amazonas, enfrentam uma crise devido ao nível recorde baixo do Rio Solimões. Na sexta-feira (30), o nível do rio atingiu a menor marca já registrada, e no sábado (31) caiu ainda mais para -1,4 metro, dez centímetros abaixo do dia anterior, segundo dados da Agência Nacional de Águas.
O Serviço Geológico Brasileiro (SGB) monitora o nível do rio desde a década de 70, e o número negativo indica a maior seca dos últimos 40 anos. A Defesa Civil relatou que a estiagem já afeta 309.776 pessoas no Amazonas, que também lida com queimadas. Em 28 de agosto, o governo estadual ampliou o decreto de emergência para todos os 62 municípios do estado.
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A falta de chuvas e o baixo nível dos rios preocupam a agricultora Maria Lenise, de Tabatinga, que teme perder suas plantações. “Não chove há três meses, e a seca está destruindo nossas plantações”, disse ela.
Com a previsão de chuvas abaixo do esperado, a situação no Alto Solimões pode piorar. O pescador Benedito Catique, com 42 anos de experiência, nunca viu uma seca tão severa. “O rio está quase seco, e temos que caminhar muito para pescar”, contou.
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O vice-presidente da associação de taxistas fluviais de Tabatinga, Aladino Ceita, anunciou o aumento da passagem de R$ 40 para R$ 70 devido à maior distância percorrida pelos barqueiros. “O aumento é necessário porque gastamos mais combustível. Quando o nível do rio subir, o preço voltará ao normal”, explicou.
Para ajudar as famílias afetadas, o governo estadual instalou 25 purificadores de água e enviou 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável na região.
Fonte: g1/Amazonas