Segundo militares, Salles e Ernesto Araújo estão ‘enrolando’ Bolsonaro

Os dois ministros, Ricardo Salles e Ernestro Araújo estão aproveitando o despreparo de Bolsonaro - foto: arquivo/Valor

Integrantes da alta cúpula militar, de dentro e de fora do governo, não têm dúvidas de que os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) tiram proveito da falta de preparo intelectual do presidente Jair Bolsonaro para enrolá-lo em assuntos estratégicos para o país.


Segundo os militares, para tomar decisões importantes, os grande líderes ouvem todos os lados, ponderam posições e decidem de forma ponderada, sempre pensando no melhor para as nações que comandam. Como não confia em ninguém e não gosta de ser contrariado, Bolsonaro acaba bancando todas as loucuras de integrantes da área ideológica.

Cientes das fragilidades de Bolsonaro, Araújo e Salles sempre saem vitoriosos em suas posições. E, para não assumir que endossou medidas equivocadas, o presidente acaba embarcando em canoas furadas, que custam caro ao governo e à imagem do país.

Ricardo Salles e Ernestro Araújo estão ‘enrolando’ Bolsonaro – foto: arquivo/montagem

Um equívoco atrás do outro

O fato de Bolsonaro não ter cumprimentado até agora Joe Biden pela eleição à Presidência dos Estados Unidos se deve única e exclusivamente ao ministro das Relações Exteriores.

Ele fez a cabeça do presidente de que ainda haveria chances de Donald Trump vencer no tapetão. Uma insanidade.

Já Salles tem vencido todos os embates dentro do governo na área ambiental. O ministro conseguiu convencer Bolsonaro a não dar mais ouvidos aos militares sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Salles foi o pivô do atual afastamento do presidente de seu vice, o general Hamilton Mourão.

Para os militares, ao se deixar levar por Salles e Araújo, o presidente corre o risco de sepultar seu governo. As mais recentes pesquisas de popularidade já vêm mostrando que nem mais o auxílio emergencial está conseguindo manter o apoio a Bolsonaro.

“É o preço a ser pago por quem optou pelo isolamento e por apostar no radicalismos e dar ouvidos a vozes do atraso”, destaca um dos militares, que diz ainda ter um apreço por Bolsonaro, mas que está assustado com a falta de noção do mandatário. “Ele decidiu fazer as escolhas erradas”, acrescenta.

Vicente Nunes
Repórter há 33 anos. Não dispensa a boa informação. Está no Correio Braziliense desde 2000. Tem passagens pelo Jornal do Comércio, O Globo, Jornal do Brasil, Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Tem três prêmios Esso de Jornalismo Econômico (2009/ 2014/ 2015).

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