Tefé, minha saudade! A Educação (Escola Corintho Borges Façanha)

Professora Raimunda Gil Schaeken/Am
Professora Raimunda Gil Schaeken/Am
Professora Raimunda Gil Schaeken/Am

A Escola Estadual Corintho Borges Façanha foi criada pelo Decreto Estadual nº 80846 de 23 de agosto de 1985 do Governador Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo.


Surgiu de uma  super lotação de crianças da Escola São José, dirigida na época pelo Prof. Osvaldo Lemos de Souza.
No início, funcionou no prédio das Irmãs fmm., na Av. Getúlio Vargas, como anexo da Escola São José, tendo como diretora a Profa. Ivete Alves de Castro, que teve muito carinho pelas crianças.

A escola funcionava com o 1º Grau, da Pré-Escola a 4ª séries, o Projeto Logos II e o Supletivo de 1º e 2º Graus.

A denominação do nome Corintho Borges Façanha deu-se em homenagem ao ilustre  filho  de Tefé, que sempre trabalhou em prol do município como comerciante, professor desde 1929, funcionário público, Secretário de Conselho Municipal e Secretário de Comuna.

Atualmente a referida Escola tem prédio próprio com salas de aulas, diretoria, secretaria, sala de professores, banheiros, pátio. Está situada na Estrada do Aeroporto, nº 1329, no bairro de São Francisco.

Funciona o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries nos turnos matutino e vespertino. É dirigida atualmente pela professora Joana Damásia F.F. Amorim.
Numa apresentação de Stands das Escolas de Tefé, organizada pelos professores do Normal Superior da UEA, na 1ª quinzena de julho de 2002. Testemunhei o empenho de todos os professores na apresentação de suas escolas. Fiquei muito feliz de ver que aqueles professores prometiam resgatar a boa fama que já teve o ensino de Tefé.

Biografia de Corintho Borges Façanha

Nasceu no dia 25 de outubro de 1899, o terceiro  entre os sete filhos do casal Pedro Façanha Leão Batalha, que foi intendente na Câmara Municipal por três vezes, e de dona Virgilina Borges Façanha. Foi sempre uma criança saudável.

Como não havia escolas públicas, o seu pai matriculou-o na escola do professor Protásio da Silva, onde cursou as primeiras séries do curso primário e, por ser muito inteligente, tornou-se um autodidata, já que na época a continuidade dos estudos, em Tefé, não era possível. Com a vontade de tudo aprender, ele pediu ao pai que lhe deixasse trabalhar na Intendência. Ali foi um verdadeira escola profissionalizante para Corintho, o que possibilitou, posteriormente, o exercício do cargo de amanauense na administração pública. Ao mesmo tempo, exerceu a função de escriturário do comércio, no estabelecimento do português Pinho e escrivão de Tabelião. Estas atividades só vieram enriquecer o seu cabedal de conhecimentos.

Com 27 anos de idade, casou-se com dona Joana Frazão Façanha, com quem teve os seguintes filhos: Lísea Frazão Façanha Costa, Weber Frazão Façanha, Luiziele Frazão Façanha, Virgilina Façanha Mendes. A eles soube educá-los com esmero, tornando-os úteis à comunidade tefeense.
Com vasto cabedal de conhecimento adquirido no decorrer dos anos de trabalho honrado, tornou-se uma pessoa requisitada para ensinar a elaborar projetos, documentos e prestar orientação sobre qualquer atividade burocrática.

Por causa do seu conhecimento profundo da burocracia administrativa, tornou-se secretário municipal, na gestão dos prefeitos Capitão Cleto Marques Praia, Lupercínio de Sá Nogueira e Túlio Azevedo. Nesse cargo se aposentou com idade avançada, mas sempre lúcido e disposto a dar sua contribuição aos que o procuravam.

Depois de deixar as lides burocráticas, dedicou-se a escrever o livro Contos Regionais- Meus Recortes, contos publicados em 1959, hoje em dia obra inédita.

Era considerado como uma enciclopédia viva. A todos que o procuravam sempre tinha sábias respostas, fosse de português, literatura, matemática e conhecimentos gerais.

Por ser uma pessoa humilde, seu círculo de amizades era constituído das pessoas de todas as classes sociais, desde o mais simples aos mais notáveis da sociedade, com o Dr. Orlando Sobreira de Sampaio, que foi Prefeito Municipal, Dr. Octaviano Soriano de Mello, Juiz de Direito da Comarca e Ursulino Santos, Coletor Estadual e tantos outros.

Contudo, suas preocupações não se prenderam apenas ao trabalho árduo e edificante. Ele ajudou a organizar a sociedade tefeense de seu tempo. Junto com um grupo de comerciantes, liderados por José Antônio Hatém, fundaram o Humaitá Atlético Clube, onde se reunia a elite da sociedade. Tornou-se um administrador do clube que ajudou a fundar e foi eleito Presidente, dirigindo por mais de dois anos.

Corintho era uma pessoa como qualquer outra. Gostava de carnaval, bailes e todas as diversões sadias que eram peculiares da sociedade tefeense. Organizava blocos carnavalescos para os quais elaborava músicas e letras. Mas, enfraquecido por tantas atividades desenvolvidas e com idade avançada, tendo sempre vivido com honradez e transparência de vida exemplar, veio a falecer no dia 14 de dezembro de 1976, com certeza de ter sempre cumprido o dever de cidadão e pai de família exemplar.

RAIMUNDA GIL SCHAEKEN(Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro da Associação dos Escritores do Amazonas –ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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