Temer ameaça “danificar” o Brasil por muitos anos

O Brasil pós-golpe, que tem um ocupante da Presidência denunciado por corrupção, obstrução judicial e comando de quadrilha, é uma sucessão de humilhações. A mais recente é uma carta assinada por 23 vencedores do Prêmio Nobel.

Os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia “comprometem seriamente o futuro do Brasil” e precisam ser revistos “antes que seja tarde demais”, segundo um grupo de 23 ganhadores do Prêmio Nobel, que enviou nesta sexta-feira, 29, uma carta a Michel Temer, recomendando mudanças na postura do governo com relação ao setor.


O documento, enviado por e-mail ao gabinete da Presidência, faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como à perspectiva de um novo corte em 2018 – que deverá ser da ordem de 15%, caso o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo ao Congresso seja aprovado como está.

O Brasil pós-golpe, que tem um ocupante da Presidência denunciado por corrupção, obstrução judicial e comando de quadrilha, é uma sucessão de humilhações. A mais recente é uma carta assinada por 23 vencedores do Prêmio Nobel.

“Isso danificará o Brasil por muitos anos, com o desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente reconhecidos e uma fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas” do País, escrevem os pesquisadores.

A carta é assinada pelo físico francês Claude Cohen-Tannoudji e outros 22 laureados com o Prêmio Nobel nas áreas de Física, Química e Medicina. “Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito difícil, mas urgimos o senhor a reconsiderar sua decisão antes que seja tarde demais”, conclui a carta.

“A situação é trágica, não há outra palavra para descrevê-la”, disse ao Estado o pesquisador David Gross, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, vencedor do Nobel de Física em 2004 e também signatário da carta. Ele prevê que muitos jovens pesquisadores brasileiros vão desistir da carreira científica ou migrar para outros países, mais favoráveis à ciência.

As informações são de reportagem de Herton Escobar no Estado de S.Paulo.

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