
Ministros próximos do presidente Michel Temer reconhecem que a demora na reação do governo para perceber a gravidade da insatisfação dos caminhoneiros e do setor de transportes tem um motivo especial: o governo estava com todo o foco na sobrevivência política diante das investigações da Lava Jato e o enfraquecimento cada vez maior junto ao Congresso Nacional. A informação é do jornalista Gerson Camarotti.
Dia 25, o 247 revelou que Temer e seu chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, foram alertados sobre a possibilidade de uma greve dos caminhoneiros em pelo menos quatro ocasiões desde outubro de 2017, mas ignoraram o tema, obcecados com o enfraquecimento do governo de a possibilidade de serem presos logo depois de encerrado o mandato dos golpistas. Levaram o país ao caos, ao apoiarem a política de Parente à frente da Petrobras.

Escreveu Camarotti:
A avaliação interna é que o avanço das investigações na Lava Jato contra Temer e a dificuldade para comandar a base aliada no Congresso tiraram do Planalto a energia necessária para cuidar de outros temas.
Por isso, admitem interlocutores do presidente, as queixas do setor foram minimizadas. Mesmo depois de iniciada a greve, o Palácio do Planalto subestimou o movimento num primeiro momento.
Na terça-feira (22), quando a paralisação da categoria já era intensa em todo o Brasil, o governo estava focado na agenda eleitoral com o pré-lançamento da candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto.