‘Um vendedor de bugigangas’, é assim que Centrais Sindicais-AM comparam Sinésio Campos

Sinésio Campos, visto como mercador de bugigangas pelos petistas do Amazonas - foto: recorte/arquivo

O dono do ‘regatão petista’ e suas ofertas de bugigangas (cargos) para servir os senhores da extrema direita, se assemelha muito ao modelo utilizado por donos de barcos mercantil no período da borracha, entre os anos (1880 a 1910) nos rios do Amazonas


Foi o que disseram as lideranças de Centrais Sindicais e da Federação da Agricultura, que se dizem sentir ‘envergonhadas’ com os rumos das decisões tomadas pelo presidente do Diretório Estadual do PT, no Amazonas, Sinésio Campos.

De acordo com os líderes sindicais, desde a eleição de Lula, em 2022, o presidente do PT estadual, Sinésio Campos, não se sentiu constrangido em se alinhar à ala de extrema direita e de partidos de centro, para barganhar próximo de 35 cargos em órgãos da esfera Federal que, de uma forma ou de outra, pudessem favorecer as suas intenções políticas de distribuição de cargos e de retorno obscuro.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), Valdemir Santana, lamenta que desde a fundação do PT nos anos 80, ainda não se tinha visto uma direção tão comprometida com outros partidos do que essa ocupada pelo deputado Sinésio Campos. “Diante dos absurdos vistos nesta recém iniciada gestão federal, fomos obrigados a escrever uma ‘carta manifesto’ à Direção Nacional do PT (ver íntegra da carta abaixo), expondo os motivos da nossa insatisfação com o mercantilismo adotado pela direção estadual. É como se tivéssemos voltado aos regatões do período da borracha”, compara.

Ele, o presidente da Força Sindical, Vicente Fillizzola; a presidente da Federação da Agricultura (Fetagri), Edjane Rodrigues; o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nindberg Barbosa, não se conformam com o distanciamento que Sinésio impôs aos membros dos movimentos sindicais e sociais. “Ele se agrupou em nichos anti-sindical, anti-social, anti-agrário e, contra os que se empenharam na eleição do Presidente Lula, para agradar os que fizeram oposição ferrenha na campanha 2022”, afirmam.

A carta à Direção Nacional (abaixo), explica o sentimento de decepção que a militância petista, da base sindical estão tendo, em relação ao abandono a que foram relegados neste início desta gestão federal. “Se não tivermos uma resposta, urgente, da direção nacional, seremos obrigados a fazer oposição ao governo. Vamos chamar os trabalhadores para eles decidirem se aceitam serem humilhados desta forma, mesmo depois de tanto trabalho para dar uma boa votação a Lula, aqui no Amazonas”, concluiu Valdemir Santana.

O que é ‘regatão’ do período da Borracha?

O regatão ainda é um comerciante ambulante, que viajava entre centros comerciais e as comunidades e seringais, rio acima. Ele comercializava mercadorias para pequenos produtores, caboclos e, comerciantes do interior em troca de “produtos regionais, pedras preciosas”, agrícolas e extrativistas.

O regatão tem uma história longa e controvertida na Amazônia: de um lado, é visto como um pioneiro, que levava a civilização para produtores isolados na floresta; de outro, como um atravessador sem escrúpulos, explorando os pobres do seringal, da zona rural e roubando comerciantes locais em seus negócios (Pena, 1973).

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Veja carta manifesto, na íntegra:      

Do: Diretório Estadual do PT-AM

À: Senhora presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann,

Nesta:

Nós do movimento Sindical-Amazonas vimos solicitar de Vossa Excelência, que faça uma reflexão sobre o atual modelo de participação de Partidos e políticos do Amazonas, na esfera federal e, que junto aos nossos pares em Brasília, encontre solução, que possa atender os integrantes do nosso Partido aqui no Estado do Amazonas.

Desde as eleições de 2018, estamos à mercê de todo tipo de boicote, restando à nossa Militância e aos Trabalhadores da Base, que resistiu por 04 anos os desgovernos passados, acreditar em mudança, tanto, que entramos em 2022 com muita esperança e sentimento de luta para elegermos o Presidente Lula, que sem sombra de dúvidas, foi e continua o único governo capaz de olhar para os trabalhadores de forma justa e igualitária.

Lutamos bravamente contra o que havia de pior na política nacional e no meio social do povo amazonense. Lutamos contra mentirosos, gananciosos, inventores de notícias falsas, aproveitadores dos menos favorecidos. Pessoas que fazem da política uma ferramenta para denigrir a honra de pessoas do Bem e instituições que representam a classe trabalhadora do Estado.

Durante toda a campanha para a eleição do Presidente Lula, vimos, por muitas vezes, um grupo de insanos de extrema direita atacando, agredindo, difamando, brigando com a Militância petista, portanto, nos deixa perplexos a maneira como vem sendo conduzida a política de ocupação de espaços legitimamente reivindicados pelas Centrais Sindicais – CUT, UGT, Força Sindical, Sindicatos -, e a Militância do Partido.

Temos plena consciência de que o governo Lula necessita de apoio e a manutenção da governabilidade, ao atender alguns partidos e políticos do Congresso Nacional na estrutura de governo, mas, jamais imaginávamos que justamente os extremistas da direita, com quem travamos árdua luta para defender nossa posições políticas, seriam os principais beneficiados pelo modelo de partilha, que setores do governo estão implementando no Amazonas, em detrimento dos trabalhadores, do Partido dos Trabalhadores.

Da mesma forma, os companheiros sindicalistas sentem não ter o devido apoio da Direção Estadual do PT-AM, nem antes e nem depois da eleição do Presidente Lula. Para garantir a vitória de Lula nas eleições de 2022 no Amazonas, as Centrais Sindicais, incluindo a CUT, tiveram de montar o ‘Comitê Pro-Lula’, sem apoio e sem a contribuição da direção local do Partido, mas, hoje, vimos estupefatos os dirigentes estaduais se colocando vergonhosamente à serviço da extrema direita. Daí considerarmos uma atitude de descompromisso com todos os trabalhadores que se empenharam na vitória de Lula.

O sentimento de injustiça e de abandono, sentido por nossos pares, nos leva a recorrer ao Núcleo Nacional do Partido, para que este possa abrir o diálogo com outras esferas do governo, capaz de resolver essas questões. Não podemos relegar ao relento, quem defendeu e lutou pela democracia e ajudou a eleger o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem agradecemos todos os avanços obtidos nos seus dois governos anteriores.

Att:

Movimento Sindical, Trabalhista e Social do Amazonas  

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