
Um vídeo de Jair Bolsonaro (PL), largamente divulgado nas redes sociais, deixa claro a ‘intriga’ que ele criou contra os senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB), além dos deputados federais Marcelo Ramos (PSD) e José Ricardo (PT), por causa do resultado da CPI do Covid-19. Com isso, ele terminou transferindo as suas desavenças para a conta dos amazonenses, ao confirmar a publicação do Decreto da redução de 25% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A constatação é da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), que vai iniciar uma grande ofensiva contra Bolsonaro a partir desta semana em toda a cidade de Manaus.
A CUT está certa que foi a ‘intriga’ do presidente contra os parlamentares do Amazonas que originou o decreto, que valerá para quase todos os produtos a partir de 1º de maio. A desavença do chefe da Nação, no entanto, vai atingir de morte a Zona Franca de Manaus (ZFM), as 722 indústrias instaladas no Distrito Industrial e, por consequência, os 98 mil empregos diretos e mais outros 450 mil indiretos, além de deixar a indústria naval em risco de extinção no Estado.

Trabalhadores não vão pagar a Conta
Para o presidente da CUT-AM, Valdemir Santana, não é porque dois senadores e dois deputados escancararam a corrupção do governo Bolsonaro, que ele vá punir os trabalhadores do Amazonas. “Não devemos e não vamos pagar a conta de ‘intriga’ do Bolsonaro”, aponta.
Escândalos descobertos
“A CPI do Covid-19 descobriu compras superfaturada de vacinas, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de fachada, propinas negociadas dentro dos ministérios, recusas para a compra de vacinas, aquisição de comprimidos de Cloroquina, Ivermectina, medicamentos não recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), promoveu um desmonte dos serviços de saúde nos estados, deixou faltar oxigênio nos hospitais de Manaus, além de outros desvios de função e ilícitos. Agora vem penalizar toda a população com um decreto que todos sabemos é para prejudicar o Estado de origem dos senadores e deputados”, desabafa Valdemir Santana.
Valdemir diz que se Bolsonaro quer ser “vingativo” pelo ódio que ele tem por todos da oposição, que recorra à justiça, que entre com ação contra os parlamentares, mas que não prejudique a economia do Estado e as milhares de família que dependem das indústrias como subsistência.
Entrada proibida
Trabalhadores de todas as categorias, Sindicatos, Centrais sindicais e políticos de oposição estão se organizando para um ruidoso #Fora Bolsonaro”. Ele deveria ter a decência de devolver o título de cidadão recebido na Assembléia Legislativa do Estado (Aleam) e de nunca mais voltar ao Amazonas”, acentua Santana.
Essa também é a posição dos sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), que preparam outdoor para serem colocados em a cidade, contra esse famigerado governo. Bolsonaro está agindo como um chantagista vingativo, por isso a CUT vai espalhar outdoor com dos dizeres, “Acorda Amazonenses, esse cara é um maluco confesso”.
“Só faltam oito meses para esse louco deixar o governo e nós não vamos permitir a destruição do Estado, pelas mãos de quem já está de saída”, diz Valdemir.
A Central Única dos Trabalhadores também está pedindo ao governador Wilson Lima que não deixe de entrar com ação de inconstitucionalidade do Decreto do Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria Geral da República (PGR), mesmo embora considere está última, uma ‘engavetadora’ de ações contra Bolsonaro.
Finalidade da CPI (fonte Senado)
Apurar as ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da Pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados.
As possíveis irregularidades em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de fachada para prestação de serviços genéricos ou fictícios, entre outros ilícitos, se valendo para isso de recursos originados da União Federal, bem como outras ações ou omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais, no trato com a coisa pública, durante a vigência da calamidade originada pela Pandemia do Coronavírus “SARS-CoV-2”, limitado apenas quanto à fiscalização dos recursos da União repassados aos demais entes federados para as ações de prevenção e combate à Pandemia da Covid-19, e excluindo as matérias de competência constitucional atribuídas aos Estados, Distrito Federal e Municípios.