
A pandemia de COVID-19 afetou drasticamente diversos setores da economia, sobretudo o turismo, que foi uma das principais afetadas. Devido ao isolamento social, as pessoas estavam impedidas de viajar, seja a lazer ou a trabalho, e isso custou prejuízos enormes para as empresas do setor. O ano de 2021, no entanto, parece trazer boas notícias agora no segundo semestre: está acontecendo uma recuperação do turismo, sobretudo o turismo de negócios, desde que a volta presencial para o trabalho foi autorizada pelos governos locais. A vacinação avançada no país e a consequente redução de casos e mortes pelo novo coronavírus parecem dar um fôlego.
De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), as empresas do setor de turismo de negócios faturaram mais de R$ 350 milhões, o que significa um aumento de, aproximadamente, 250% na comparação anual. Porém, apesar do grande avanço, o número ainda é 64% menor do que o faturado no mês de julho de 2019. Os dados são de um levantamento feito pela Abracorp.
O presidente executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, expressa um otimismo para o mês de outubro, que pode alcançar a média mensal de vendas obtida em 2019, “se não tivermos um avanço significativo da variante Delta e a vacinação seguir em alta no país”.
“Anywhere office” veio para ficar
O modelo de trabalho que ganhou destaque durante o período mais crítico da pandemia é o “anywhere office”, isto é, um trabalho que pode ser desenvolvido a partir de qualquer lugar, independentemente de país ou estado. Isso significa que você pode comprar passagens para Salvador, por exemplo, e curtir uma vista maravilhosa para a praia enquanto trabalha.
O modelo vai além dos considerados “teletrabalho” e “home office”, uma vez que não há respaldo na lei e não há a necessidade de ser expresso no contrato de trabalho. Na prática, atualmente, esse modelo de trabalho é um acordo feito entre patrão e funcionário, com os direitos da CLT garantidos, como FGTS, INSS, 13° salário e férias, por exemplo. Nada mudará do ponto de vista da legislação trabalhista brasileira, e, mesmo leis de outros países, raramente, podem afetar essa questão. Quanto às obrigações tributárias, o funcionário que trabalhar no exterior terá o FGTS e o INSS recolhidos, e, por trabalhar no Brasil, ainda será considerado residente fiscal do país.
Com essa disposição, o “anywhere office” veio para ficar – muitas empresas já adotaram o modelo de trabalho à distância ou híbrido, quando o funcionário pode ir ao escritório em dias pontuais.