ZFM, 58 anos, galeria dos superintendentes responsáveis pelos primeiros passos do Polo Industrial de Manaus – Parte II

Escritor e economista Osíris Silva - Foto: Divulgação

Por Osíris Silva


Dando seguimento ao relato sobre os primórdios do parque industrial da ZFM, o texto hoje destaca os trabalhos de Aloisio Campelo, Ruy Lins, Igrejas Lopes e Régis Guimarães.

Aloísio Campelo, nomeado em 10 de dezembro de 1974, permaneceu à frente da Suframa até 1979. Na sua gestão houve incremento do setor industrial, com o esboço de uma política para o setor. A Suframa firma convênios com o GEICOM (Grupo Executivo Interministerial de Componentes e Materiais), INMETRO (Instituto Nacional de Normalização e Metrologia e Qualidade Industrial) e o CTA (Centro Técnico Aeroespacial da Aeronáutica) para suporte técnico sobre definição de políticas e acompanhamento dos projetos industriais em implantação. Começam a formar-se os primeiros pólos industriais: relojoeiro, ótico, eletroeletrônico e o de veículos de duas rodas. No período houve também o primeiro contingenciamento das importações para a indústria e o comércio determinado pelo Governo Federal, e a exigência de índices mínimos de nacionalização para os produtos fabricados na ZFM. Na sua administração, a Suframa recebeu do Estado a doação da área do Distrito Agropecuário.

Ruy Alberto Costa Lins ocupou a Suframa de 1979 a 1983. Prosseguiu o trabalho técnico iniciado por Campello, prosseguindo o trabalho de expansão do Distrito Industrial e aumentou a presença da Suframa nos outros Estados da Amazônia Ocidental – dois deles, à época, ainda territórios federais. Na sua gestão a Suframa construiu o Campus da Universidade do Acre, implantou os distritos industriais de Rio Branco/AC e Boa Vista/RR, construiu o mini-campus da Universidade do Amazonas, criou a Fucapi (Fundação Centro de Análise de Produção Industrial), como laboratório de aplicação. Fundou o Consórcio do Distrito Industrial – Condin, destinado à gestão e conservação do DI e o CECOMIZ (Exposição Permanente dos Produtos da Zona Franca de Manaus), um show-room dos bens fabricados em Manaus. Na sua gestão foram criados, em 1982, os Prêmios Suframa de Jornalismo, História, Literatura e Artes Plásticas.

Joaquim Igrejas Lopes foi nomeado em 21 de junho de 1983. Em sua administração deu ênfase ao setor agropecuário, com a criação da Fundação Centro de Apoio ao Distrito Agropecuário – Fucada e uma Fazenda Modelo naquele distrito, onde as experiências bem sucedidas eram repassadas à iniciativa privada. Implantou a Fucapi e transformou o Cecomiz no Centro Comercial da Indústria da Zona Franca de Manaus. As ações do Funcomiz passaram a abranger também o esporte e a cultura regional, com ênfase na edição de livros de autores amazonenses. Nessa época o Conselho aprovou a Resolução No 400/84, obrigando as empresas a veicular em toda a publicidade impressa e de vídeo, a legenda “Produzido na Zona Franca de Manaus”, estabelecendo ainda que o lançamento de novos produtos deveria ser feito, em caráter nacional, em Manaus. Deixou o cargo em 04 de abril de 1985.

Régis Ribeiro Guimarães, ex-secretário-geral do Ministério do Interior quando assumiu como interventor, em 1o de abril de 1986, um dos períodos mais conturbados da Suframa. A intervenção, prevista para durar até 12 meses, foi rápida e ele permaneceu na função até 03 de junho de 1986, quando concluída a auditoria interna realizada na Autarquia. Entre as decisões tomadas nos dois meses em que esteve à frente da Suframa destacam-se a suspensão de todos os cadastros antigos e o recadastramento de empresas industriais e comerciais, bem como a elaboração de novos critérios para a distribuição das quotas de importação na Zona Franca de Manaus, aprovados na 123a reunião ordinária do Conselho de Administração da Suframa. O período de Régis como interventor coincide com a publicação do Decreto no 92.560 (de 16 de abril de 1986) que prorrogou a vigência da Zona Franca de Manaus por 10 anos, de 1997 a 2007, prazo final da vigência dos incentivos fiscais instituídos pelo DL 288/67.

(A seguir)

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