09 de Julho: Nascimento de Carlos Chagas – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

CARLOS RIBEIRO JUSTINIANO DAS CHAGAS, cientista brasileiro, nasceu em Oliveira, Minas Gerais a 09 de julho de 1879 e faleceu no Rio de Janeiro, a 08 de novembro de 1934. Foi membro da Academia Nacional de Medicina, professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, professor honorário das Faculdades de Medicina de São Paulo e de Minas Gerais, “Doutor Honoris Causa” pelas Universidades de Paris, Harvard, Bruxelas, Buenos Aires, Lima e Arequipa. Em 1825, recebeu o Prêmio Kümmel da Universidade de Hamburgo.


Desde cedo, revelou dotes de pesquisador e sanitarista. À frente da campanha profilática, erradicou a malária na cidade de Santos (1905). Graças à sua teoria domiciliar da transmissão da malária, formulada por ocasião dessa campanha, projetou seu nome nos meios científicos do país.

Descobrir uma doença já bastaria para destacar um pesquisador. Mas apenas um cientista extraordinário revelaria sozinho, além de uma doença nova, seus sintomas, sua causa e suas formas de transmissão. Sua investigação é ainda mais peculiar por ter sido feita às avessas da maioria dos estudos em Medicina, que normalmente parte da constatação de uma doença para então, ir atrás dos agentes causadores. Chagas, ao contrário, chegou à realidade de mal partindo de uma observação corriqueira a de que um estranho inseto costumava picar o rosto das pessoas.

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

Foi chefe da comissão de estudos sobre a profilaxia da malária em Minas Gerais (1907). Em 1909, concluiu as pesquisas destinadas a debelar a tripanossomíase, posteriormente conhecida como doença de Chagas. O inseto vulgarmente conhecido como “barbeiro” foi por ele denominado de “Trypanozoma cruzi” em homenagem a Osvaldo Cruz. Por essa descoberta, Carlos Chagas recebeu o “Prêmio Schaudim” da Alemanha.

Seu trabalho abrange todos os aspectos da doença: anatomia patológica, epidemiologia, etiologia, formas clínicas, meios de transmissão, patogenia, profilaxia e sintomatologia.

Outro trabalho seu foi a chefia da campanha contra a epidemia de gripe “espanhola” no Rio de Janeiro (1918). Diretor de Saúde Pública (1919), aperfeiçoou e modernizou os serviços sanitários da então capital da República. Professor de medicina tropical da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1925).

De sua extensa obra publicada, destacam-se: Estudos hematológicos do impaludismo (1902), Hematologia do impaludismo (1903), Profilaxia antipalúdica (1907), Nova espécie de Taeniorynchus (1908), Nova espécie mórbida do homem produzida por um tripanossoma (1909), Classificação e descrição de diversas espécies de anofelinos e culicídios, Descrição de uma nova moléstia humana transmitida pelo “barbeiro” (Triatoma megistus) (1912), Patogenia da tripanossomíase americana (em colaboração com Eurico Vilela) (1929), Aspectos evolutivos do Trypanosoma cruzi no transmissor (1929).

Na Amazônia, Chagas identificou várias espécies de insetos e se revoltou com a pobreza e a ignorância, que matavam os habitantes. Em uma de suas anotações, o médico revelou ter ficado extremamente impressionado com a situação na cidadezinha de São Felipe, à

beira do Rio Juruá. Ali chegando, soube que, só no primeiro semestre de 1911, haviam morrido 400 pessoas por causa da malária.

Apaixonado pelo trabalho, dono de uma personalidade exuberante, o médico Carlos Chagas delineou o quadro completo de um mal que, no mundo inteiro, ficou conhecido pelo seu nome a doença de Chagas.(Raimunda Gil Schaeken é tefeense, professora aposentada, católica praticante, e membro titular da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas-ALCEAR.)

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