
Era para ser só mais um domingo. Um feriado. Dia do Trabalhador. Mas aquele 1º de maio de 1994 ficou marcado por uma perda que parou o Brasil: Ayrton Senna, nosso maior ídolo do automobilismo, morreu após um acidente no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália.
A batida na curva Tamburello, a mais de 200 km/h, foi fatal. E o silêncio que tomou conta do país foi tão alto quanto os gritos que ele despertava a cada vitória.
O fim de semana já tinha sido sombrio. Dois dias antes, Rubinho sofreu um acidente forte. No sábado, o austríaco Roland Ratzenberger perdeu a vida na pista. Mesmo assim, a corrida foi mantida. E Senna, ainda abalado, decidiu correr.
No podcast O Assunto, Galvão Bueno — que narrou tantas vitórias de Senna e virou amigo do piloto — contou algo que só ele viu: antes da largada, Senna pediu ao empresário uma bandeira da Áustria. Queria homenagear Ratzenberger se vencesse. “Me traga uma bandeira da Áustria. Eu vou ganhar essa corrida e prestar uma homenagem”, disse.
Senna não venceu. Nem voltou. Mas deixou um legado eterno.
Sua morte mudou a Fórmula 1 — e salvou vidas. Muitas das melhorias de segurança que vieram depois nasceram de ideias que ele já defendia.
Tricampeão mundial, símbolo de garra, coragem e humildade, Ayrton Senna morreu trabalhando. No que amava fazer. E no dia que homenageia justamente isso: o trabalho.
Fonte: g1