Adolescentes de 14 a 18 anos, que cumprem medidas socioeducativas nas unidades Dagmar Feitosa, Marise Mendes, Senador Raimundo Parente, Semiliberdade e Internação Provisória, participaram do 1º Seminário de Integração do Sistema Socioeducativo do Amazonas, promovido pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), e da Secretaria de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e realizado no auditório da Universidade Paulista (Unip), no Parque Dez, na zona centro-sul.
Após assistirem palestras e participarem de oficinas e atividades sobre protagonismo juvenil e autoestima, coordenadas por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, 55 adolescentes apresentaram, através de cartazes, desenhos, textos, depoimentos e peça teatral, o que vislumbram para o futuro, após o cumprimento legal das medidas nas unidades socioeducadoras.
“Depois que eu sair, quero estudar e ser dentista. Não vou mais ser da vida louca das ruas e do crime. Eu vou fazer o meu futuro e não os outros. Tenho certeza que vai ser muito melhor”, disse um dos jovens em privação de liberdade do Dagmar Feitosa.
A secretária da Sejusc, Graça Prola, informou que este seminário acontece em vários estados, no entanto, é o primeiro que conta com a presença e participação ativa dos adolescentes em conflito com a lei. “Essa ação é uma vitória. Estamos fazendo história dentro do sistema socioeducativo do Amazonas, pois as meninas e meninos são os principais atores desse encontro. São eles que estão nos mostrando que é possível fazer um sistema melhor e eficiente com atividades que os levarão para o caminho contrário que os trouxeram até aqui”.
Para uma adolescente de 16 anos, que é interna no Centro Socioeducativo Marise Mendes, encontros como esse, em que outros adolescentes estão na mesma situação, falam de seus desejos e angústias, fazem com que ela reflita sobre o passado e o futuro. “Todos aqui têm experiências negativas. O que devemos fazer agora é olhar para o futuro com mais esperança e acreditar que somos importantes, que podemos ser exemplos para nossos irmãos e orgulho para nossos pais”.
Felicidade – O pai de um dos jovens com privação de liberdade do Senador Raimundo Parente, que preferiu não se identificar, se emocionou com o depoimento do filho que falou sobre querer estudar, ajudar a família, e ser veterinário. “Quando vi que meu filho estava no caminho errado, eu sofri. E agora sendo testemunha da mudança que ele vem demonstrando e agora ouvindo dele que quer ser uma pessoa honesta e trabalhadora, eu choro, mas de felicidade”.
*Os nomes dos adolescentes foram preservados, em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.