27 de maio: 314 anos de fundação da Congregação do Espírito Santo – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

A Congregação do Espírito Santo é fruto da união de duas congregações: Congregação do Espírito Santo fundada por Cláudio Poullart des Places no dia de Pentecostes, 27 de maio de 1703, diante da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, a Virgem Negra de Paris-França e Congregação do Sagrado Coração de Maria, fundada por Francisco Maria Paulo Libermann, em 1841, em La Neuville-les-Amiens, diante da imagem de Nossa Senhora das Vitórias.
O momento favorável para a união das duas congregações aconteceu em 1848. Na festa de Pentecostes desse ano, as duas partes interessadas encontram-se no Seminário do Espírito Santo, em Paris, e aceitam, por unanimidade, o princípio da união das duas Congregações. Após a fusão, ocorrida em 28 de setembro de 1848, e por Decreto da Sagrada Congregação da Propaganda, foi acrescentado ao título de Espírito Santo a invocação de Coração Imaculado de Maria, resultando o nome atual de: “CONGREGAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO SOB A PROTEÇÃO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA”.


É no coração da espiritualidade espiritana que Liberman coloca o Espírito Santo e Maria.

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

O Espírito Santo e  Maria, para os seus fundadores, não foram apenas duas devoções que se juntaram. É da união profunda do Espírito Santo com Maria que a missão tem a sua origem e plenitude. Os espiritanos, assumindo  o Espírito  Santo e Maria como fonte da sua espiritualidade, procuram revelar ao mundo esta união, onde a missão tem o seu berço.

A história da Congregação do Espírito Santo é marcada pela personalidade de alguns homens que se deixaram desafiar pelos problemas urgentes de seu tempo. Aceitaram com coragem e sensibilidade as inspirações do Espírito Santo. Fascinados por Ele, atraíram outros discípulos a reviver, numa comunidade de irmãos, a experiência de uma Igreja que se formou no seio dos Doze, ao redor do seu Mestre. Homens da Igreja, eles não desanimaram frente às resistências que encontraram na própria Igreja. Bondade e austeridade não se excluíam, mas se completavam. Fidelidade  ao pormenor e visão de conjunto, realismo e esperanças audaciosas não entraram em oposição, mas andaram juntas. A perseverança se alimentava de intensa vida de oração e  deu um feliz resultado aos seus esforços.

Os religiosos da Congregação do Espírito Santo:

Anunciam o Evangelho e procuram construir a Igreja entre os povos ou grupos humanos que ainda não conhecem Cristo ou mal o conhecem.

Defendem a Justiça e a Paz, e procuram apoiar humana, econômica e culturalmente as pessoas mais desfavorecidas, particularmente os povos do Terceiro Mundo.

São mais de  três mil  religiosos, padres e irmãos, e trabalham juntamente com muitos outros milhares de leigos, que se associam à sua missão.

Estão presentes em mais de sessenta países, em todos os continentes.
“São os advogados, o sustentáculo dos fracos e dos pequenos contra todos aqueles que os oprimem”.
“Vão primeiro, para aqueles que não ouviram a mensagem do Evangelho”.
“Dão uma atenção especial a tudo o que serve para promover a reconciliação e a resolução de conflitos”.
“Assumem tarefas para as quais a Igreja dificilmente encontra obreiros”.
“Dialogam e colaboram lealmente com os responsáveis e os crentes de outras religiões”.

É no coração do Povo de Deus e entre outras vocações suscitadas pelo Espírito Santo que os Espiritanos, são chamados pelo Pai para o anúncio da Boa Nova do Reino, no seguimento de seu Filho.

Tendo Maria como modelo, vivem a sua união na docilidade ao Espírito Santo. São consagrados ao Espírito Santo, mas vivem também sob a proteção do Coração Imaculado de Maria.

Retendo como ideal de vida fraterna e apostólica o que se dizia das primeiras comunidades cristãs, a Congregação tomou como divisa: “Um só coração e uma só alma” (Cf. At.4,32).
Presença Espiritana em Manaus
Com uma grande insistência do bispo de Manaus, no dia 28 de março de 1897, o Superior Geral da Congregação autorizou o Pe. Xavier Liberman, sobrinho do falecido Pe. Francisco Liberman, a abrir uma casa em Manaus. Os primeiros espiritanos aportaram em Manaus, no dia 23 de maio de 1897. Logo após a chegada, os Espiritanos começaram as negociações com o Bispo de Manaus, Dom José Lourenço Aguiar, para chegar a um convênio que, em nome da Congregação, foi assinado pelo padre Xavier Libermann a 2 de junho de 1897.

Conforme este convênio, pelo menos dois padres deveriam ficar em Manaus à disposição do Bispo para o Ministério que lhes confiasse. Por sua parte, o Bispo deu aos espiritanos a administração da Igreja de São Sebastião, no centro da cidade. Este estabelecimento lhes serviria para a hospedagem e procuradoria em Manaus, assim como, ponto de apoio para os Missionários no interior e ponto de ligação com a Europa.

Na época, Dom José Lourenço da Costa Aguiar, primeiro Bispo de Manaus, tinha apenas dois padres para sua capital de 50.000 habitantes. Para o interior da imensa floresta amazônica ele dispunha de uma dúzia de padres, aproximadamente.

No dia de Pentecostes, a 6 de junho de 1897, os Espiritanos tomaram posse da Igreja, tendo à frente os padres Friederich e Parissier.

Vale ressaltar, que a Casa-Mãe, numa carta de 5 de julho de 1897, deixou bem claro que a prioridade do projeto espiritano deveria fixar a missão entre os índios; por isso era necessário tomar cuidado para manter a independência necessária a respeito da diocese. (H. Wennink, p. 68).

Segundo o escritor Durango Duarte, no livro: Manaus entre o passado e presente, p. 130, a criação da Paróquia de São Raimundo ocorreu em 15 de dezembro de 1941 e sua direção foi entregue ao padre Henrique Klein, primeiro pároco e que fazia parte da Congregação do Espírito Santo. O referido pároco já trabalhava na Comunidade desde o ano de 1939, segundo os escritos do padre Humberto Meuwissen.

Em 1991 a Paróquia de São Raimundo foi entregue à Arquidiocese de Manaus; o Superior Principal do Distrito do Amazonas, na época, era o padre João de Lange e o Arcebispo, Dom Luiz Soares Vieira.

Após negociações com o Arcebispo Dom Luiz Soares Vieira e o Superior Principal do Distrito do Amazonas, Padre Teodoro Mendes Tavares, a Congregação do Espírito Santo, volta a trabalhar na Arquidiocese de Manaus, assumindo a Paróquia ‘Cristo Redentor”, Alvorada III, no dia 14 de fevereiro do ano 2010.

Continuam firmes naquela Paróquia os Padres: Carmelo Rivera Amézquita, CSSp. (pároco) e José Reis Gaspar CSSp.

Que Deus os abençoe para continuarem firmes na caminhada, trabalhando junto ao nosso povo, testemunhando Jesus Cristo, O CAMINHO A VERDADE E A VIDA.

Parabéns, querida Congregação!(Raimunda Gil Schaeken é Professora Aposentada, tefeense, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM e da Academia de Letras, Ciência e Artes do Amazonas- ALCEAR.)

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