
Depois de uma jornada de 18 anos de existência, chegou ao fim no Brasil o programa Bolsa Família, que teve seu último pagamento feito pelo governo no último domingo (31).
O encerramento da política veio após um vaivém de anúncios, especulações e projeções – de dentro e fora do governo Bolsonaro – dos quais surgiu uma série de interrogações sobre o futuro das famílias que compõem o público-alvo das ações.
E as dúvidas continuam pairando sobre a cabeça dos beneficiários e sobre o cenário político em torno do tema: o Auxílio Brasil, programa que deverá substituir o Bolsa Família, deve iniciar sua rota no próximo dia 17 e ainda não teve o escopo oficialmente detalhado pela gestão Bolsonaro.
“Como eu disse um tempo atrás, ele é um pastel de vento, não tem nenhuma informação. Ele tem todo um blá-blá-blá, mas nada que o sustente. Não tem previsão do ponto de vista fiscal e orçamentário e não tem avaliação de impacto”, dispara a economista Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma (PT) e professora visitante da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
Tendo liderado iniciativas como o Plano Brasil sem Miséria no intervalo entre 2011 e 2016 e outras políticas, Campello aponta que a conduta da gestão Bolsonaro a respeito do tema consagra uma “gestão genocida do aumento da fome no Brasil”.
Em conversa com o Brasil de Fato, a ex-ministra esquadrinhou as informações do governo que até agora vieram à tona sobre a nova política, compartilhou preocupações e alertou que “estamos às vésperas de um apagão” na área de assistência social. Confira a seguir a íntegra da entrevista, que foi gravada na segunda (1º).
Fonte: Brasil 247