Homenagem concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia gera indignação entre professores da UNEB
A Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB) manifestou enfaticamente seu repúdio à decisão da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) de homenagear o empresário da fé Silas Malafaia com a Comenda Dois de Julho, a mais alta honraria da Casa.
A informação foi divulgada na última terça-feira (17) no Diário Oficial do Estado. A iniciativa partiu do deputado Samuel Júnior (Republicanos) e foi aprovada pela maioria dos parlamentares presentes. Apenas Fabíola Mansur (PSB) e Hilton Coelho (PSOL) votaram contra.
De acordo com o projeto de Samuel Júnior, a homenagem a Malafaia se justifica por sua suposta defesa da heteronormatividade e combate ao aborto, além de alegar o “bem que ele traz às famílias brasileiras”.
No entanto, a ADUNEB considera que tal reconhecimento não possui embasamento plausível, e acusa o empresário de representar pautas ultraconservadoras que, em suas palavras, “violam direitos e propagam posições reacionárias contra a vida, a democracia e a dignidade humanas.”
Em sua nota oficial, a ADUNEB ressaltou a postura combativa do empresário da fé contra avanços democráticos e direitos sociais, classificando-o como “um dos principais porta-vozes do fascismo na atualidade”. Para os docentes, a concessão da honraria a Malafaia simboliza a propagação de um discurso que vai contra os princípios de um Estado laico, fortalecendo o fundamentalismo religioso.
“Silas Malafaia tem prestado um desserviço ao povo brasileiro, incentivando discursos de ódio e propagando fake news. É um agente do retrocesso, da ignorância e da incivilidade”, destacou a nota da ADUNEB, que ainda conclamou a sociedade baiana a se posicionar contra o que considera uma “espúria homenagem”.
