A Calçada do Egoísmo – por Moisés Maciel da Costa

Foto: Divulgação

Ouvimos falar sobre a famosa calçada da fama, porém vemos e andamos diariamente sobre a calçada do egoísmo e não notamos. O que uma sarjeta diz sobre uma pessoa? -Ela reflete prioridades, valores e a capacidade de pensar no próximo. Reformar uma calçada sem considerar o impacto sobre os outros é um ato de egoísmo que nos impede de construir cidades mais acolhedoras e inclusivas.


As ruas poderiam ser o reflexo da coletividade, espaços onde a harmonia do todo prevalece sobre as vontades individuais. No entanto, as calçadas que são uma parte essencial do espaço público, frequentemente expõem o egoísmo de muitos. Alguns moradores, ao reformar a calçada em frente à sua casa, parece pensar apenas no próprio conforto ou estética, ignorando os impactos disso sobre a comunidade.

Algumas calçadas são modificadas principalmente quando a rua é declinada, a mesma é pavimentada pelo proprietário da casa mantendo uma horizontalidade artificial criando degraus perigosos. Outras são revestidas com lajotas escorregadias que podem transformar uma simples caminhada em um risco iminente de queda. Essa busca pela estética ou pelo benefício individual deixa claro um traço egocêntrico, “não é preciso cruzar a porta da casa para reconhecer o egoísmo do morador, basta observar sua calçada”.

E o impacto vai além da aparência. Imagine uma pessoa com deficiência tentando navegar por uma calçada cheia de obstáculos, ou um idoso que pode escorregar em um piso liso. Imagine um cego, cujos perigos são multiplicados diante de uma superfície irregular ou inadequada? Essas intervenções não só desrespeitam as normas urbanas como também demonstram uma falta de empatia profunda.

Os obstáculos criados nas calçadas forçam muitas pessoas a evitarem seu uso, optando por caminhar nas ruas. Essas atitudes, embora compreensível e até cultural, expõe pedestres a um risco ainda maior: o de serem atropelados por veículos. Crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida acabam ficando vulneráveis. Assim, o egoísmo de quem desrespeita o espaço público não só compromete a acessibilidade, mas também coloca vidas em perigo diariamente.

Uma calçada pública é exatamente isso: “PÚBLICA”. Ela pertence a todos e deve servir a todos. Quando alguém decide adaptá-la apenas para o próprio benefício, deixa de lado os interesses coletivos e demonstra desrespeito pelos outros que compartilham o espaço. Afinal, todos pagam impostos para manter as vias públicas acessíveis e seguras, mas poucos se preocupam em respeitar essa premissa básica.

“Que possamos repensar nossas atitudes e perceber que a calçada do egoísmo não leva a lugar algum, muito menos permite que alguém vá”.

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